Análise: Ceticismo em relação a Netanyahu cresce na Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi surpreendido na semana passada por ações israelenses em Gaza e na Síria e, em ambos os casos, telefonou para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para “corrigir” a situação, segundo informou a Casa Branca.

O episódio evidencia o que fontes classificam como uma dinâmica cada vez mais tensa entre os dois líderes.

Um ataque, na última quinta-feira (17), à única igreja católica de Gaza gerou uma reação imediata de Trump, que telefonou a Netanyahu para expressar sua insatisfação e garantir que o líder israelense divulgasse um comunicado classificando o ataque como um erro.

Trump também foi surpreendido pelos bombardeios israelenses a prédios do governo na capital síria, Damasco, em um momento em que sua administração trabalha para reconstruir o país devastado pela guerra.

“O presidente mantém uma boa relação de trabalho com Netanyahu e se comunica com frequência com ele. Mas foi pego de surpresa tanto pelo bombardeio na Síria quanto pelo ataque à igreja católica em Gaza”, disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt a repórteres na Casa Branca.

 

Leavitt destacou os esforços do secretário de Estado Marco Rubio para acalmar as tensões na Síria, onde Trump afrouxou sanções e manifestou apoio ao novo presidente do país, o ex-líder rebelde Ahmed al-Sharaa.

Trump, que recebeu Netanyahu na Casa Branca no início do mês, sempre teve uma relação complicada com o líder israelense.

Apesar de serem aliados fortes, as duas figuras não são pessoalmente próximas, segundo fontes, e a relação por vezes é marcada por desconfiança mútua.

Ainda assim, Trump parecia mais próximo do que nunca de Netanyahu após sua decisão de apoiar a campanha aérea de Israel no Irã neste verão. Durante um jantar na Sala Azul da Casa Branca, no início do mês, Netanyahu fez questão de entregar uma carta ao Comitê do Nobel indicando Trump ao Prêmio da Paz.

Negociações estagnadas

Trump esperava que a visita de quatro dias de Netanyahu a Washington resultasse em avanços rumo a um cessar-fogo em Gaza, que incluísse a libertação de reféns ainda mantidos pelo Hamas e um aumento significativo na entrada de ajuda humanitária no enclave sitiado.

O presidente americano afirmou repetidamente, antes da visita, que esperava um cessar-fogo naquela semana.

Mas Netanyahu deixou os Estados Unidos sem que qualquer acordo fosse anunciado. Agora, quase uma semana após mediadores apresentarem a proposta mais recente de cessar-fogo e libertação de reféns ao Hamas, todas as partes ainda aguardam uma resposta dos líderes do grupo em Gaza, disseram duas fontes envolvidas nas negociações à CNN.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (21), o Hamas afirmou estar “empregando todos os nossos esforços e energias, dia e noite”, para alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.

Trump tem acompanhado com crescente preocupação o avanço da guerra em Gaza, que já fez inúmeras vítimas — incluindo três mortos no ataque à igreja, na semana passada.

“A mensagem do presidente em relação a esse conflito que temos visto no Oriente Médio, que se arrasta há tempo demais e se tornou bastante brutal, especialmente nos últimos dias, é de que ele não quer ver mais mortes. Ele quer que a matança pare”, afirmou Leavitt.

Ela também destacou os esforços do governo para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mesmo enquanto chanceleres de 25 países ocidentais criticam Israel por “gotejar” o envio de suprimentos à região.

Segundo o ministério da saúde do território, mais de mil pessoas morreram buscando ajuda humanitária desde o fim de maio.

“O presidente é a razão pela qual qualquer ajuda sequer está sendo distribuída em Gaza neste momento”, defendeu Leavitt. “Ele quer que isso ocorra de forma pacífica, sem mais perda de vidas.”

“É uma situação muito difícil e complicada, que o presidente herdou devido à fraqueza da administração anterior. E eu acho que ele merece reconhecimento por isso”, afirmou a porta-voz.

Professora morta em BH: o que sabemos sobre os detalhes do crime

O desaparecimento e a morte da professora Soraya Tatiana Bomfim, de 56 anos, gerou comoção e tem levantado uma série de questões em torno...

Perigo! Atleta é atingido por linha de pipa em jogo da Série D; veja

Uma cena perigosa foi registrada na partida entre Maranhão Atlético Clube e Maracanã, do Ceará, pela Série D do Campeonato Brasileiro. No último sábado (19),...

Caso Nicolly: adolescentes suspeitos por morte serão julgados pelo ECA

A investigação sobre a morte de Nicolly Fernanda Pogere, de 14 anos, em Hortolândia (SP), avança com a apreensão de dois adolescentes suspeitos, um ex-namorado de...