A Rússia bombardeou Kiev com drones em um ataque que durou a noite toda, ferindo pelo menos 14 pessoas, danificando a infraestrutura ferroviária e incendiando prédios e carros por toda a cidade, informaram autoridades da capital ucraniana na manhã desta sexta-feira (4), horário local.
Mais de oito horas após o início dos alertas de ataque aéreo e pouco antes de serem cancelados às 5h (23h de quinta-feira (3), em Brasília), o prefeito Vitali Klitschko disse que 12 dos feridos foram hospitalizados.
Danos foram registrados em seis dos 10 distritos de Kiev, em ambas as margens do rio Dnipro, que corta a cidade ao meio, e destroços de drones incendiaram uma unidade médica no arborizado distrito de Holosiivskyi, disse Klitschko no aplicativo de mensagens Telegram.
Os ataques foram os mais recentes de uma série de ataques aéreos russos contra Kiev, que se intensificaram nas últimas semanas e incluíram alguns dos ataques mais mortais da guerra contra a cidade de três milhões de habitantes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que um telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, na quinta não resultou em nenhum progresso nos esforços para encerrar a guerra na Ucrânia, enquanto o Kremlin reiterou que Moscou continuaria pressionando para resolver as “causas-raiz” do conflito.
Uma decisão de Washington, no início desta semana, de suspender alguns envios de armas essenciais para a Ucrânia provocou alertas de Kiev de que a medida enfraqueceria sua capacidade defensiva contra a intensificação de ataques aéreos e avanços no campo de batalha.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira que espera conversar com Trump nesta sexta-feira sobre o fornecimento de armas dos EUA.
A ferrovia estatal ucraniana Ukrzaliznytsia, a maior transportadora do país, afirmou no Telegram que o ataque a Kiev danificou a infraestrutura ferroviária da cidade, desviando vários trens de passageiros e causando atrasos.
Nas primeiras horas desta manhã, testemunhas da Reuters ouviram séries de explosões e constantes disparos em Kiev, enquanto unidades de defesa aérea tentavam derrubar os drones.
Tymur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, afirmou em uma publicação no Telegram que muitos dos alvos eram residências.
“Ao mesmo tempo, os ataques não têm fim”, escreveu Tkachenko no Telegram. “Há muitos alvos sobre Kiev. Estamos trabalhando com drones russos em todos os distritos”, afirmou.
Ambos os lados negam ter como alvo civis na guerra que a Rússia lançou com uma invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022. Mas milhares de civis morreram no conflito, a grande maioria ucranianos.