Bad Bunny parece que rompeu de vez com os EUA. Após ter deixado o país de fora de sua turnê mundial, que passará pelo Brasil em fevereiro de 2026, o astro porto-riquenho lançou o clipe de “Nuevayol” nesta sexta (4/7), Dia da Independência americana, com uma mensagem forte sobre imigrantes no país e com críticas a Donald Trump.
Em uma das cenas, um grupo de homens se reúne ao redor de um rádio, de onde sai a voz de alguém imitando Trump. Na gravação, o personagem se desculpa por suas políticas anti-imigração e reconhece a importância dos estrangeiros: “Cometi um erro. Quero pedir desculpas aos imigrantes da América — quer dizer, dos Estados Unidos, porque América é o continente inteiro. Este país não seria nada sem os mexicanos, dominicanos, porto-riquenhos, colombianos, venezuelanos…”.
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No vídeo, Bad Bunny também aparece na Estátua da Liberdade com a bandeira de Porto Rico, fazendo alusão ao ativista Tito Kayak, que em 2000 escalou o monumento em protesto pela independência da ilha. Porto Rico é considerado um “território não incorporado” dos EUA desde 1989, quando deixou de ser colônia da Espanha.
Lançado no início deste ano, “Debí tirar más fotos” é o trabalho mais politizado da carreira de Bad Bunny, que tem 31 anos. O álbum aborda críticas à precariedade da infraestrutura local — como na faixa “Bokete”, que fala dos buracos nas ruas —, à gentrificação e à relação desigual entre Porto Rico e os EUA. Em “Lo que le pasó a Hawaii”, por exemplo, o cantor rejeita a ideia de domínio americano, afirmando: “não quero que façam com você o que fizeram com o Havaí”.
A relação entre Bad Bunny e Donald Trump ficou ainda mais tensa durante a campanha presidencial americana de 2024. Em outubro, durante um comício republicano, um comediante se referiu a Porto Rico como “uma ilha de lixo flutuante”. O artista reagiu nas redes sociais, publicando um vídeo de um show na ilha com a palavra “lixo” em destaque e declarou apoio à então candidata democrata Kamala Harris.
Atualmente, Bad Bunny se prepara para iniciar sua turnê mundial, que começa com uma residência em julho, em Porto Rico, e inclui uma passagem pelo Brasil em fevereiro do próximo ano. Em entrevista à revista Variety, ele justificou a ausência dos EUA na agenda de shows, dizendo que não seria necessário voltar a se apresentar no país, já que ele havia feito muitas performances por lá recentemente.
Fonte: Portal LEODIAS