O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, despreza suas obrigações institucionais, deixando no vácua as promessas que fez para melhorar a vida dos moradores da capital, dando prioridade ao seu projeto pessoal de poder às custas da caridade alheia, enquanto meio mundo aguarda ele retribuir o apoio recebido em suas campanhas eleitorais, principalmente nas duas últimas em que se saiu vitorioso. Apoio em peso de toda equipe de governo, liderado pelo governador Gladson Cameli e a vice Mailza Assis. Por ter vencido no primeiro turno, Bocalom agora acredita ser capaz de vencer a disputa pelo governo em 2026, mesmo ciente de que Mailza é a candidata única do grupo do qual ele faz parte– -ou finge fazer parte.
Atitude vista também como chantagem ao governador Gladson Cameli, outro que só observa ao invés de intervir duramente.
Bocalom, nesse momento, rompe com Mailza, desprezando o fato de que ela também bancou sua primeira campanha enquanto Gladson optou por apoiar Socorro Neri. E o prefeito faz isso premeditadamente, sob o argumento de estar cumprindo o acordo com o governo, segundo o qual o seu vice, Alysson Bestene, assumiria os dois últimos anos como prefeito.
Se vergonha tivesse, Bocalom deveria liderar a campanha de Mailza na capital. Porém, mesmo em baixa na opinião pública, sendo o mais rejeitado de todos os postulantes ao Governo do Acre, segundo as pesquisas, e todo atrapalhado no início do segundo mandato, o prefeito parte para o plano covarde e traiçoeiro, tramando contra as articulações da vice-governadora. E não esconde isso de ninguém.
Bocalom negou apoio a Mailza, em encontro recente entre ambos, e disse que deseja sim disputar o cargo de governador. Intenção, aliás, anunciada quando ele convidou o articulador político Márcio Pereira, servidor da Secretaria de Governo, para ser o seu secretário da pasta municipal.
Márcio é um dos mais próximos de Mailza e a medida é encarada como parte do plano de tentar inviabilizar o crescimento da vice.
Outro fato estranho é o silêncio da família Bittar, que manda na Funtac, tem dezenas de cargos espalhados na gestão Cameli e no próprio município.
O senador Bittar sabe que sem Cameli jamais será reeleito, mas parece estar cúmplice de Bocalom na chantagem explícita ao governador, mantendo seu estilo muito particular de fazer política: explorar poder onde for possível e não se posicionar acerca da disputa local. É outro fracassado perante a opinião pública, tendo recebido míseros 4 mil votos para governador em 2022 e não seria reeleito senador se as eleições fossem hoje.
Políticos como Bittar e Bocalom apostam no dia da votação. Dinheiro não vai faltar.