O Congresso de El Salvador aprovou, nesta quinta-feira (31), uma reforma constitucional que permite reeleição por tempo indeterminado, abrindo caminho para outro mandato do presidente Nayib Bukele.
O projeto amplia os limites de mandato presidencial de cinco para seis anos e elimina a necessidade de segundo turno. O proposta foi enviada por um parlamentar do partido de Bukele e deve modificar a drasticamente a Constituição do país.
A mudança deve impactar Bukele, que venceu uma disputa de reeleição polêmica em 2024. Com a medida, o mandato do atual presidente deve ser encurtado para terminar em 2027, antecipando novas eleições.
Anteriormente, Bukele conquistou um segundo mandato no ano passado, apesar da proibição constitucional de reeleição.
O Supremo Tribunal de El Salvador, composto por juízes apoiados pelo atual presidente, decidiu que era um direito humano do líder concorrer novamente.
Segundo a secretária da Assembleia Legislativa de El Salvador, a reforma dá poder ao povo:
“Com esta reforma, estamos dando poder a quem sempre deveria tê-lo tido, que é o povo salvadorenho. Apoiar ou não um presidente, apoiar ou não um deputado, apoiar ou não uma câmara municipal, é simples: se vocês, povo salvadorenho, concordam com a forma como um presidente fez seu trabalho, então podem votar nele novamente. E se não concordarem, votem em uma opção melhor”.
Em contrapartida, a deputada de oposição, Marcela Villatoro, afirmou que a medida condena futuras gerações pelo “desejo de se perpetuar no poder”.
“Vocês estão condenando [pessoas] a uma decisão que ninguém sabe quantos anos durará. Porque uma vez que se sentam naquela cadeira presidencial, nunca mais abrem mão desse poder. E tivemos exemplos de ditaduras e tivemos exemplos de autoritarismo, tanto da direita quanto da esquerda, e nenhum dos dois é bom”, disse Villatoro.