Estudo relaciona quatro dietas a uma chance 28% menor de ter demência

Seguir dietas saudáveis pode reduzir o risco de demência em até 28%. A conclusão vem de um estudo da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, que acompanhou mais de 131 mil pessoas por mais de uma década.

A pesquisa, publicada na edição de julho do The Journal of Nutrition, Health and Aging, analisou o impacto de quatro padrões alimentares que são divulgados como protetores do cérebro para avaliar se eles tinham, de fato, esta capacidade.

Foram testadas as dietas mediterrânea, MIND, RFS e AHEI. Todas são ricas em grãos, vegetais, frutas, peixes e oleaginosas. A ingestão de carnes, frituras e laticínios é desestimulada em todos os padrões reunidos pelos autores do estudo. O resultado foi muito positivo.

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Melhores dietas contra a demência

  • Dieta mediterrânea: é um padrão alimentar inspirado na culinária tradicional dos países banhados pelo Mar Mediterrâneo, como Grécia e Itália. Ela é caracterizada pelo consumo abundante de frutas, verduras, legumes, azeite de oliva, grãos integrais, peixes, frutos do mar, leguminosas, nozes e sementes, e um consumo moderado de laticínios, aves, ovos e vinho tinto.
  • Dieta MIND: é uma adaptação da dieta mediterrânea, mas pensada para prevenir o declínio cognitivo. Ela foi criada por pesquisadores da Rush University Medical Center, em Chicago, privilegiando o consumo de vegetais de folhas verdes escuras, grãos integrais, peixes ricos em ômega-3 e feijão e outras leguminosas.
  • Dieta RFS: o Recommended Food Score é um guia de pontuação de alimentos saudáveis, servindo como norte para orientar uma nutrição mais focada em alimentos como frutas, vegetais e grãos integrais.
  • Dieta AHEI: semelhante ao RFS, o Alternative Healthy Eating Index é uma pontuação que guia um padrão alimentar para reduzir o risco de doenças crônicas. Ela foca em alimentos como frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, ao mesmo tempo que limita o consumo de alimentos processados, carne vermelha e bebidas açucaradas.

Como foi feita a pesquisa?

A investigação acompanhou os padrões alimentares de mais de 131 mil pessoas, todas participantes do UK Biobank, uma base de dados de referência de saúde. Os participantes tinham entre 40 e 69 anos. Nenhum tinha diagnóstico de demência no início do acompanhamento. Ao longo de 13,5 anos, foram registrados 1.453 casos da doença, o que permitiu estabelecer relações estatísticas.

A maior proteção foi observada entre aqueles que aderiram à dieta RFS. A redução do risco foi de até 28%. A dieta MIND apareceu em seguida, seguida de perto pelos programas AHEI e mediterrâneo tradicional. Mesmo as de menor pontuação, porém, tinham a capacidade de reduzir os riscos de demência em 21% na comparação com a população geral.

“Considerando a falta de uma cura definitiva para a demência, intervenções dietéticas direcionadas a componentes alimentares específicos, qualidade geral da dieta e potencial inflamatório oferecem abordagens promissoras para a prevenção precoce”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Para os cientistas, a descoberta revela o potencial do investimento em uma nutrição saudável para reduzir o risco de demência. “As associações entre padrões alimentares e demência foram mais fortes em adultos mais velhos e mulheres e variaram entre os grupos obesos e não obesos, destacando o impacto diferencial dos padrões alimentares entre os subgrupos”, completaram.

Melhores dietas para comer saudável

10 imagens<b>Dieta Mediterrânea –</b> Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares” title=”<b>Dieta Mediterrânea –</b> Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares” src=”https://i.metroimg.com/4J3nniqEbFHszM2X9hXlMzC74B_M5TbiOdKeogdprsM/w:180/q:85/f:avif/plain/2018/09/27101049/dieta_mediterranea.jpg” loading=”lazy”><img decoding=1 de 10

Dieta Dash – A sigla significa, em português, Métodos para Combater a Hipertensão e foca não só em diminuir a quantidade de sódio ingerida, mas em alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. A dieta tem 20 anos e é reconhecida por várias publicações científicas pela eficiência em reduzir a pressão arterial e controlar o peso

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Dieta Mediterrânea – Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares

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Dieta Flexitariana – Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne, substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal

Dose Juice/Unsplash4 de 10

Dieta MIND – Inspirada nas dietas Mediterrânea e Dash, a MIND é feita especificamente para otimizar a saúde do cérebro, cortando qualquer alimento que possa afetar o órgão e focando em nozes, vegetais folhosos e algumas frutas. Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos descobriu que os pacientes que seguiram a dieta diminuíram o risco de Alzheimer de 35% a 53%, de acordo com a disciplina para seguir as recomendações

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Dieta TLC – Criada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pretende cortar o colesterol para melhorar a alimentação dos pacientes. São permitidos vegetais, frutas, pães integrais, cereais, macarrão integral e carnes magras. Há variações de acordo com cada objetivo, como melhorar o colesterol e perder peso

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Dieta Nórdica – Como o nome sugere, a dieta é baseada na culinária de países nórdicos e dá bastante enfoque ao consumo de peixes (salmão, arenque e cavala), legumes, grãos integrais, laticínios, nozes e vegetais, além de óleo de canola no lugar do azeite. Segundo a OMS, o regime reduz o risco de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares

David B Townsend/Unsplash7 de 10

Dieta Volumétrica – Criada pela nutricionista Barbara Rolls, a ideia é diminuir a quantidade de caloria das refeições, mas mantendo o volume de alimentos ingeridos. São usados alimentos integrais, frutas e verduras que proporcionam saciedade e as comidas são divididas pela densidade energética

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Vigilantes do Peso – O programa existe há mais de 50 anos e estabelece uma quantidade de pontos para cada tipo de alimento e uma meta máxima diária para cada pessoa, que pode criar o próprio cardápio dentro das orientações. Além disso, há o incentivo a atividades físicas e encontros entre os participantes para trocar experiências

Ola Mishchenko/Unsplash9 de 10

Dieta Mayo Clinic – Publicada em 2017 pelos médicos da Mayo Clinic, um dos hospitais mais reconhecidos dos Estados Unidos, o programa é dividido em duas partes: perca e viva. Na primeira etapa, 15 hábitos são revistos para garantir que o paciente não desista e frutas e vegetais são liberados. Em seguida, aprende-se quantas calorias devem ser ingeridas e onde encontrá-las. Nenhum grupo alimentar está eliminado e tudo funciona com equilíbrio

Rui Silvestre/Unsplash10 de 10

Dieta Asiática – O continente é enorme, mas há traços comuns na gastronomia de toda a região. Uma ONG de Boston definiu uma pirâmide alimentar baseada nos costumes orientais: vegetais, frutas, castanhas, sementes, legumes e cereais integrais, assim como soja, peixe e frutos do mar são muito usados, enquanto laticínios, ovos e outros óleos podem ser consumidos em menor frequência. A dieta pede também pelo menos seis copos de água ou chá por dia, e saquê, vinho e cerveja podem ser degustados com moderação

Sharon Chen/Unsplash

Medidas práticas podem ajudar

O estudo sugere que estratégias alimentares equilibradas contribuem para reduzir o estresse no organismo. Isso pode proteger o cérebro contra processos degenerativos ao longo do tempo.

Entre as dietas analisadas, todas priorizaram alimentos naturais e evitaram ingredientes associados à inflamação. Por isso, comer vegetais, evitar alimentos ultraprocessados e controlar o consumo de carne pode ter impacto real, recomendam os estudos.

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Fonte: Metrópoles

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