O Exército dos Estados Unidos instalou arame farpado no topo do muro na fronteira com o México nesta segunda-feira (7), uma medida que gerou críticas de especialistas por aumentar os riscos de ferimentos a migrantes que tentam cruzar a região.
Militares foram vistos estendendo o arame farpado na divisa com o estado do Texas, próximo à cidade mexicana de Cidade Juárez.
Segundo Jesus De La Torre, diretor-assistente do Hope Border Institute, o uso de arame farpado representa uma ameaça tanto para os imigrantes quanto para as comunidades próximas.
“Em vez de investir nesse tipo de medida perigosa e letal, deveríamos investir em processos mais baratos e seguros, como permitir que as pessoas busquem proteção conforme previsto em nossa legislação, com um processo estruturado e legal para que todos possam pedir asilo sem arriscar a própria vida”, afirmou De La Torre.
O uso de arame farpado na fronteira não é novo. Em fevereiro, fuzileiros navais norte-americanos também foram vistos reforçando colunas de aço do muro com o mesmo material em Tijuana, na divisa com o estado da Califórnia.
“Quando famílias que fogem de perseguições são forçadas a enfrentar o arame farpado porque não têm outra opção, elas acabam sofrendo ferimentos severos, inclusive crianças, que têm sido atendidas em El Paso, em Ciudad Juárez e em outras regiões”, alertou o diretor do Hope Border Institute, que acompanha de perto a crise migratória na região.
“Essas pessoas estão tentando buscar segurança. Mas, ao subir no muro, acabam caindo e sofrendo ferimentos sérios — e, em alguns casos, isso resulta até mesmo em morte, afirmou De La Torre.