Ícone do site O SERINGAL

Ex-funcionárias denunciam Carol Vaz de saber de esquema de assédio em academia

ex-funcionarias-denunciam-carol-vaz-de-saber-de-esquema-de-assedio-em-academia

Ex-funcionárias denunciam Carol Vaz de saber de esquema de assédio em academia

A saída de Carol Vaz da academia onde ela trabalhou por 22 anos caiu como uma bomba no mundo fit. Desde o anúncio, a treinadora das famosas disse se sentir humilhada pela forma como foi tratada ao ser dispensada. Por outro lado, ex-funcionárias procuraram o portal LeoDias acusando Carol de saber de um esquema de assédio moral e sexual, que teria sido organizado pelo ex-sócio da academia DNA, Nicolay Anfarri, tendo início ainda na unidade em Grajaú, com a antiga direção.

Uma das ex-funcionárias trabalhou por cerca de um ano na empresa antiga, antes da mudança para a Barra, onde a academia ficou conhecida. Yasmin Romana disse que foi contactada por Nico – como é conhecido no meio – por meio do Instagram. Na ocasião, ele ofereceu para que ela fosse de Recife, onde morava, para o Rio, trabalhar na DNA, com os custos todos pagos por ele, incluindo moradia.

Romana diz que esse “método” para contratar as estagiárias era comum, com Carol e Nico procurando por profissionais de educação física por todo o país. Em determinado momento, já no Rio, Nico começava a oferecer mimos como quantias de dinheiro, celulares de última geração, viagens, entre outros, para que elas participassem de ensaios sensuais para a marca. Quem não topasse participar, era deixada de escanteio:

“Ele [Nico] consegue entrar no seu psicológico, é fora do normal. Se você não estiver ali [do lado dele], você é um merda, não vale nada”. Ela relembrou um momento em que foi perguntada sobre fazer fotos sensuais e negou: “Depois daí, já ficou um climão na academia (…) Carol começou a me tratar muito mal do nada, não queria mais dar personal pra mim”.

Romana disse que, na semana seguinte, foi chamada por Nicolay para sair e tomar um açaí, mas, ao dizer não, também sentiu um afastamento e distanciamento de algumas aulas. Ela ainda relatou que, no Grajaú, existia uma fama no local de que “as meninas que trabalhavam lá eram garotas de programa. Só que as estagiárias, que eram de fora, não sabiam de nada”.

Romana disse que ouviu relatos de outras estagiárias de não era somente com Nico que as meninas teriam relações, e ganhariam mimos: “Sempre aconteceu, não só para o Nico, mas também pra pessoas que tinham muito dinheiro”.

“Tinha que sair escondida”

Yasmin conta que, a partir do momento que começou a trabalhar na academia, ainda no Grajaú, teve seu entorno controlado. Ela dividia um apartamento, bancado por Nico, com outra estagiária, que, segundo Romana, vigiava suas idas e vindas para contar para o chefe:

“Eu pensava que ela estava do meu lado, mas não, não tava. Chegou o tempo de eu esperar ela chegar em casa e se trancar no quarto para eu poder sair. Porque se ele soubesse [que eu saí], ficava mais ainda no pé da pessoa. Eu tinha que sair escondida. Ele dizia que a gente não podia sair para não manchar o nome da academia”

“Parece a Coreia do Norte, um campo minado”

O portal LeoDias também ouviu um ex-aluno da DNA, chamado Gustavo, que malhou na academia ainda no Grajaú. Em seu relato, ele disse que eram poucos os homens que treinavam ou trabalhavam no local, mais voltado para o público feminino: “Dificultavam bastante para os homens, eu não sabia. A Carol que tava na hora da minha matrícula e decidiu abonar, falou ‘ele pode [ficar]’.”

Gustavo relembrou que algumas das estagiárias teriam desabafado com ele sobre a pressão vivida no local, de não poder sair para onde queriam, assim como falar com muitas pessoas. “Parece que é um campo minado aquilo lá. Eu conversava com os poucos homens que tinham, que falavam o mesmo. Ele [Nico] começava a entrar na vida pessoal das meninas, elas começavam a relatar isso pra mim: ‘Ele escolhe a roupa que a gente veste, o que a gente pode postar ou não, a gente não pode sair para ver a família’. Parece a Coreia do Norte. A Carol, ela é 100% manipulada por ele, não dá um passo sem ele”.

Em determinado dia, o agora ex-aluno teria dado um doce a Yasmin, que foi publicado pela treinadora em seu perfil nas redes sociais. De acordo com ele, logo depois ela apagou a postagem e disse que assim o fez porque “o dono [Nico] mandou apagar. ‘Eu não posso ficar postando outras pessoas e outros homens”.

“Me vi totalmente dependente dele”

Uma outra ex-funcionária, que preferiu não ser identificada, relatou sua experiência na DNA com Carol e Nico, dizendo que também foi procurada pelo Instagram e bancada para mudar de cidade e começar a trabalhar na academia.

“Acabei me deslumbrando com tudo aquilo e achei uma proposta imperdível (…) mas as coisas começaram a ficar estranhas. Quando eu entendi que ele era na verdade o cabeça de TUDO aquilo. Mas era TUDO mesmo, sem exceção. Ele mandava o que deveriamos fazer, falar, escrever, se portar, aonde ir, com quem ir, e até os ensaios sensuais que fariamos, era ele que escolhia a roupa e as fotos. Ele se denominava como ‘head coach’. Quem cuidava da cabeça das New’s [estagiárias]”.

A ex-funcionária descreveu Carol Vaz como uma “marionete” de Nicolay, enquanto ele comandava tudo. Ela disse que recebia apenas R$ 1 mil de salário mensal e era proibida de te outras fontes de renda, se sentindo dependente dele por não ter mais dinheiro.

“Minha rotina era trabalhar na recepção, treinar, e depois fazer o treinamento com a Carol, além da faculdade. Era isso que eu fazia todos os dias. (…) Me pagava um salário de 1.000 e me proibia de ter outros trabalhos como renda. Ele pagava minha faculdade e a única coisa que eu pagava era o aluguel do quarto aonde eu dormia, que era 650 reais. Mas eu ainda precisava pagar as contas de fora, como mercado, etc. Então eu me vi em uma situação na qual ficava totalmente dependente dele”

Ainda de acordo com a profissional de educação física, Nicolay teria começado a dar presentes para ela na frente de ex-namoradas dele, embora ela não se envolvesse romanticamente com ele: “Ele começou a levar presentes pra mim, na academia, na frente das outras meninas. Algumas delas eram ex dele. Elas tinham 19 e a outra 23 anos. E mesmo assim ele ainda manipulava elas, jogando a gente uma contra a outra. E depois obrigava a gente conviver juntas como se fossemos muito amigas, pra passar isso pra internet”.

DNA atual

O portal ouviu relatos anônimos de fontes que trabalharam e malharam na DNA antiga, assim como na nova, na Barra da Tijuca. Os relatos apontam que, a partir do momento que um novo dono – , José Antônio Rosa, criador da SmartFit e da BodyTech, – entrou como sócio do negócio, os assédios teriam diminuido drasticamente, assim como a forma de contratar as estagiárias pelas redes sociais.

Na nova unidade, Nicolay e José teriam dividido a sociedade igualmente, ou seja, 50%/50%, mas teria pedido para sair quando a academia da Barra tinha quase um ano de inauguração. Em conversa com este veículo, o advogado da DNA, disse que boatos – e posteriormente denúncias – sobre Nico chegaram ao outro dono, motivo pelo qual Nico foi alertado.

O representante da academia relembra que o espaço sempre quis dar apoio às supostas vítimas e resguardá-las. Diante das denúncias, Nicolay teria decidido se afastar da empresa e deixou sua parte para Carol Vaz, que, em novo contrato, teria ficado com 49% da empresa enquanto José Antônio com 51%.

Ainda de acordo com o advogado, antes de Carol ser desligada, ela deixou de ser sócia e passou a ser apenas personal na DNA. No entanto, sua saída teria sido motivada por ela não cumprir partes essenciais de ambos os contratos – da época de sócia e de personal -, principalmente por manter relações empresariais com Nicolay, que, segundo o advogado, a ajudaria indiretamente com sua marca de roupas.

O portal LeoDias tentou contato com Carol Vaz e Nicolay Anfarri, que não retornaram até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.


Fonte: Portal LEODIAS

Sair da versão mobile