Galípolo se explica por inflação fora da meta e prevê redução em 2026

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, enviou explicações ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o descumprimento da meta de inflação, fixada em 3% com variação de 1,5% para cima ou para baixo. Ele precisou mandar a carta porque a lei exige isso quando a meta é estourada.

Na carta, O BC afirma que segue firmemente comprometido em trazer a inflação, que hoje está em 5,35%, para a meta, e destaca que entre os segmentos do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), responsável por medir a inflação, houve “surpresas” com relação aos preços administrados e a alimentação no domicílio.

“A variação de preços administrados veio acima do esperado devido, principalmente, à energia elétrica residencial, com a deterioração do cenário hídrico. Essa surpresa em preços administrados foi mais do que compensada por variações mais baixas que o esperado em alimentação no domicílio”, diz o texto.

A carta continua e aponta que a inflação efetiva de dezembro, janeiro e fevereiro surpreendeu com um aumento de cerca de 0,32 pontos percentuais. Além disso, aconteceram altas intensas no preço da gasolina, serviços, e alimentos industrializados, com destaque para o café, e nos preços de bens industriais, como é o caso dos automóveis.

Galípolo informa também que a “inflação importada” contribuiu com 0,46 p.p. para o desvio da meta no último ano. “Os efeitos defasados da alta do câmbio ao longo de 2024 ainda tiveram forte impacto na inflação medida no segundo trimestre de 2025, como pode ser observado com a inflação de bens industriais e alimentos industrializados pressionada. Em sentido contrário, os preços de petróleo recuaram, atenuando a pressão sobre os preços de combustíveis”, explicou o presidente do BC.

O que é IPCA

  • O IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE. O índice é considerado o termômetro oficial da inflação e é usado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic.
  • Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
  • O IPCA mensura dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
  • O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.

Juros contra a inflação

Para trazer a inflação para a meta, o BC afirmou que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

De acordo com a carta, o índice da inflação voltará para a banda de tolerância no final do 1° trimestre de 2026.

“Essa avaliação depende da evolução esperada para a dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o BC.

A carta finaliza dizendo que durante o período de desenquadramento, o BC investirá no reforço da comunicação sobre as razões do descumprimento da meta, sobre as medidas adotadas e sobre a evolução do cenário de convergência da inflação.

A meta para a inflação é definida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN) e em 2025 foi fixada em 3% com intervalo de 1,50 ponto para cima ou para baixo. Ou seja, se a inflação estiver entre 1,50% a 4,50%, a meta será considerada como cumprida.

A inflação é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) e acumula alta de 5,35% nos últimos 12 meses até junho. Caso o acumulado dos meses fique acima do fixado por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Essa é a segunda vez que Galípolo precisa encaminhar uma carta de explicações para Haddad, a primeira foi logo no inicio do seu mandato.  Durante a semana, ele participou de audiência pública no Congresso Nacional e afirmou que ele e o Comitê de Política Monetária (Copom) estão profundamente incomodados com a inflação do país, mas destacou que mudar a meta de 3% não é uma opção.



Fonte: Metrópoles

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