O ex-BBB Gil do Vigor voltou a usar sua influência nas redes sociais para traduzir a economia de forma acessível. Desta vez, o economista comentou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto.
“O presidente dos Estados Unidos anunciou, gente, nessa quarta-feira que vai aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. E isso é muito sério porque vai afetar diretamente a nossa economia, porque os EUA hoje é o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Então só para vocês terem uma noção, o Brasil ele exporta muito para os EUA, petróleo, aço, café, aviões, ou seja, setores de peso”, afirmou Gil em vídeo publicado em seu Instagram.
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Com seu jeito popular e direto, ele explicou que setores estratégicos da economia brasileira estão entre os mais vulneráveis à nova taxa: petróleo, aço, café e aviação devem sentir os efeitos de imediato. Segundo ele, essas áreas representam parte significativa das exportações brasileiras, que agora enfrentarão barreiras comerciais que podem torná-las menos competitivas nos EUA.
Gil também destacou que as consequências não se restringem às grandes empresas. Para o economista, os impactos podem chegar rapidamente ao consumidor comum.
“Essa medida já entra em vigor dia 1º de agosto… vou buscar os desdobramentos dessa medida sobre você aí que vai no mercadinho, que compra alguma coisa ali… uma coisa é certa: vai afetar o nosso bolso”, alertou.
Em um segundo vídeo, também compartilhado em suas redes, Gil do Vigor aprofunda a análise e explica os bastidores da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Ele critica o argumento norte-americano de que estariam em desvantagem nas trocas com o Brasil e reforça o caráter soberano da decisão brasileira, que teria motivado a retaliação.
“O que aconteceu foi que os Estados Unidos colocou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros com a ideia única de pressionar o Brasil, por dois motivos. Eles alegam nessa carta que eles mandaram para o Brasil que o Brasil tomou uma decisão jurídica que não é certa, que o certo é o que eles acham. Sendo que, gente, tem um ponto importante: o Brasil é um país soberano. Nós temos uma Constituição, e dentro dessas quatro linhas é que tudo é decidido e julgado. Então, nenhum país estrangeiro tem jurisprudência ou autonomia sobre as decisões que são tomadas no Brasil. Então imagine tentar utilizar a economia como uma moeda de troca, uma barganha política, inclusive. Então o Brasil fez certo, se posicionou e falou assim: ‘Olha, nós temos leis, instituições, não vamos tolerar pressão’.”
Gil também rebate o segundo argumento da carta enviada pelos EUA, que sustenta que apenas o Brasil teria se beneficiado da parceria comercial.
“Eles disseram que só os Estados Unidos que se lascava nessa relação comercial com o Brasil, que o Brasil era venha a nós e ao nosso reino nada. Mas como assim? Eles têm uma balança comercial superavitária. Mas Gil, o que é superavitário? Imagina que você tem 10 bombons para vender e eu tenho 10 bombons pra vender. Eu vendo pra tu e tu vende pra mim — Estados Unidos e Brasil. O Brasil comprou os 10 bombons dos Estados Unidos, mas os Estados Unidos não compraram… compraram só 5 bombons do Brasil. Então quem se lascou no final das contas? Os Estados Unidos deu a melhor, porque tinha 10 bombons e vendeu 10. O Brasil só vendeu 5 bombons e ainda comprou 10. Então basicamente o que acontece: os Estados Unidos é superavitário, vendeu mais do que comprou. O Brasil é deficitário, porque comprou mais do que vendeu. Então nessa relação comercial os Estados Unidos é o maior beneficiário, é o que mais se beneficiava nessa relação comercial. Só que eles estão alegando que não, que quem se beneficiava era o Brasil.”
“Então basicamente esse é o cenário do que está acontecendo. O Brasil já respondeu a isso e vamos ver as cenas dos próximos capítulos”, finalizou.
A fala do ex-BBB repercutiu nas redes sociais e foi elogiada pela forma clara como traduziu uma decisão complexa da política comercial internacional.
Fonte: Portal LEODIAS