Jeffrey Epstein, o bilionário norte-americano acusado de comandar uma rede internacional de exploração sexual de menores, morreu por suicídio em 2019 enquanto aguardava julgamento. Essa é a conclusão de uma revisão recente conduzida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) em parceria com o FBI, anunciada nesta segunda-feira (7/7).
Segundo o relatório, a análise de mais de 300 gigabytes de dados digitais, incluindo imagens e vídeos, não revelou qualquer “lista secreta de clientes” nem indícios de chantagens envolvendo figuras públicas. As gravações de câmeras de segurança do presídio também confirmaram que ninguém teve acesso à cela de Epstein na noite de sua morte.
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A conclusão oficial desmente teorias conspiratórias que circularam desde o óbito de Epstein, as quais sugeriam assassinato ou uma rede de proteção a nomes influentes supostamente ligados ao esquema. O Departamento de Justiça reforçou que a propagação dessas ideias não contribui para a responsabilização de criminosos nem para a reparação das vítimas.
Apesar das promessas do então presidente Donald Trump sobre uma ampla divulgação de arquivos sigilosos, os documentos liberados até agora não trouxeram grandes novidades. Em fevereiro deste ano, o governo chegou a compartilhar registros com influenciadores convidados à Casa Branca, mas a maioria das informações já era de conhecimento público.
A procuradora-geral Pam Bondi chegou a afirmar que havia uma suposta lista de clientes “em sua mesa para ser revisada”. Mas, após a investigação, o DOJ decidiu que não haveria novas divulgações e reiterou a inexistência de provas que justificassem acusações contra terceiros.
A tensão entre Elon Musk e Donald Trump também alimentou a polêmica recente. Musk chegou a sugerir em redes sociais que o ex-presidente teria alguma relação com o caso, mas apagou as publicações sem apresentar provas. Trump, por sua vez, negou envolvimento e afirmou que as acusações eram “notícia velha”.
Epstein mantinha conexões com elites financeiras, a realeza britânica e celebridades. Entre os nomes mencionados em registros do processo estão o do príncipe Andrew e do ex-presidente Bill Clinton. Embora não tenham sido formalmente acusados, ambos negaram qualquer participação nos crimes.
O esquema operado por Epstein funcionava desde o início dos anos 2000. Ele aliciava adolescentes para encontros sexuais em suas propriedades, inclusive em uma ilha privativa no Caribe. Algumas das vítimas também eram instruídas a recrutar outras garotas. Estima-se que mais de 250 menores tenham sido abusadas.
Preso em 2019, Epstein morreu pouco mais de um mês após sua detenção. As autoridades descartaram assassinato, e imagens de segurança divulgadas nesta semana ajudam na conclusão da autópsia: suicídio por enforcamento. Após sua morte, as acusações foram encerradas, mas a promessa das autoridades é continuar buscando a responsabilização de eventuais cúmplices.
Fonte: Portal LEODIAS