Inflação deve estourar a meta nesta 5ª. BC dará explicações a Haddad

A meta de inflação brasileira deve ser descumprida novamente nesta quinta-feira (10/7), com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Será a primeira vez que haverá um estouro no novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses, chamado de meta contínua.

Caso o acumulado dos meses fique acima do fixado por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

A meta para a inflação é definida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN) e em 2025 foi fixada em 3% com intervalo de 1,50 ponto para cima ou para baixo. Ou seja, se a inflação estiver entre 1,50% a 4,50%, a meta será considerada como cumprida.

A inflação é medida pelo IPCA e acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio. De acordo com as projeções do mercado, o índice deve continuar acima do estabelecido nos próximos meses.

O que é IPCA

  • O IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE. O índice é considerado o termômetro oficial da inflação e é usado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic.
  • Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
  • O IPCA mensura dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
  • O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.

Galípolo não pensa em mudar meta

Durante audiência pública no Congresso Nacional na manhã de terça-feira (9/7), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que não está nos planos do BC rever as metas de inflação de 2025 e 2026.

Para ele, qualquer alteração acarretaria na descredibilização da moeda brasileira.

“Falar em mudar a meta é mostrar que o país está confortável com uma moeda que perde mais valor ano a ano. Ninguém vai segurar um ativo que desvaloriza. E não há nada mais danoso para a sociedade do que destruir a moeda”, disse.

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O presidente do BC ainda reforçou que a “normalização da transmissão da política monetária” será feita por meio de uma série de medidas, e não com “bala de prata” ou “uma vitória por ippon” (referência ao ponto que decide o resultado no judô).

O que acontece agora

O BC deve se justificar quanto ao estouro e dar prazos para trazer a inflação para a meta. Galípolo deve enviar uma carta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dando explicações sobre quais razões fizeram o índice passar do teto da meta.

A carta deve trazer tanto fatores externos quanto internos. Em janeiro deste ano, o presidente do Banco Central havia escrito uma carta sobre o descumprimento da meta, quando a inflação de 2024 fechou em 4,83%.

Ainda na Câmara, Galípolo disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) está bastante incomodado com a situação inflacionária do país. Além disso, ele defendeu a normalização dos efeitos da política monetária.

“Já tenho esse começo que me incomoda demais na minha gestão de, em seis meses, ter que escrever a segunda carta de descumprimento da meta. Escrevi uma em janeiro e vou ter que escrever agora, provavelmente, no mês que vem por estar descumprindo a meta”, declarou ele.

O chefe do BC também afirmou que, caso siga nesse mesmo ritmo, a inflação deve ficar acima da meta até 2027. “Temos que acompanhar a meta, e a meta é 3%. Temos 72,5% dos itens que compõem a inflação acima da meta. Percebam que é uma inflação bastante disseminada. Não é uma inflação pontual”, destacou.

Haddad espera inflação na meta para 2026 

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Haddad afirmou que a inflação deve ficar dentro da meta no próximo ano.

“O Banco Central que tem de ver a evolução da queda, tem questões externas que impactam a decisão, não são só domésticas. O ano que vem, acredito tranquilamente, que vai estar dentro da banda”, avaliou o ministro.



Fonte: Metrópoles

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