Jimmy Swaggart, um dos televangelistas mais influentes dos Estados Unidos na década de 1980, morreu aos 90 anos.
O Ministério Jimmy Swaggart confirmou a morte pelas redes sociais e a família agradeceu à equipe médica do Centro Médico Geral de Baton Rouge, na Louisiana. A causa da morte não foi divulgada.
Em seu auge como pregador pentecostal fundamentalista, Swaggart tinha uma audiência global estimada em 200 milhões de pessoas.
Então, veio o escândalo com uma prostituta em 1988. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Swaggart admitiu à sua congregação que havia pecado – sem fornecer detalhes – e implorou por perdão.
Swaggart, nascido em 15 de março de 1935, cresceu em Ferriday, uma região remota e segregada racialmente na Louisiana, com dois primos que também se tornariam famosos: o pioneiro do rock ‘n’ roll Jerry Lee Lewis e o cantor country Mickey Gilley.
Quando menino, foi cercado pela versão pentecostal do cristianismo, que mais tarde levaria para as ondas do rádio.
O pai, merceeiro e disciplinador severo, pregava de vez em quando, e Swaggart tinha apenas nove anos quando afirmou ter sido “chamado” para o ministério.
“Você pregará meu Evangelho em todo o mundo. Você o levará até a África”, foi a ordem que Swaggart disse que Deus lhe deu.
Após abandonar a escola, cortava algodão e transportava cascalho para sobreviver. Aos 17 anos, casou-se com Frances Anderson, de 15 anos, após um namoro de três meses.
Ele observou pregadores como Oral Roberts juntarem almas e dinheiro com grandes reuniões de avivamento em tendas.
Homem alto e musculoso, Swaggart era uma figura imponente quando iniciou sua carreira pregando em esquinas e em reuniões pentecostais rurais, repletas de cânticos, gestos e falar em línguas.
Em 1969, ele obteve sucesso suficiente para iniciar o “The Camp Hour Meeting”, um programa de rádio, e sua fama disparou quando levou seus sermões para a televisão em 1973.
Ultraconservador que às vezes criticava católicos e judeus, Swaggart tornou-se uma força nos primórdios da direita religiosa americana na década de 1980 – um movimento que buscava redesenhar as políticas públicas de acordo com as diretrizes bíblicas.
Ele levou sua pregação para a África e também para a América Latina, tornando-se uma celebridade em lugares improváveis, como o município sul-africano de Soweto.
O New York Times afirmou que o relacionamento com uma prostituta em Nova Orleans foi revelado por Marvin Gorman, um pregador rival que forneceu fotos incriminatórias e disse que Swaggart o havia acusado injustamente de uma série de casos extraconjugais.
Em fevereiro de 1988, Swaggart, chorando, compareceu diante da congregação em seu Centro de Adoração Familiar em Baton Rouge e implorou por perdão.
Ele foi destituído da Igreja pela organização nacional Assembleias de Deus por se recusar a aceitar a pena de suspensão.
Em 1991, foi parado por uma infração de trânsito pela polícia em Indio, na Califórnia, quando também levava uma prostituta no carro.
Ele afirmou que se afastaria do ministério, mas mudou de ideia e disse à congregação que “o Senhor me disse que isso não é da conta de vocês”.
Antes de sua queda, Swaggart frequentemente criticava pornografia e comportamentos que ele retratava como imoralidade sexual.
Ele foi duramente criticado em 2004 após dizer em seu programa de televisão que, se um homem gay o abordasse sexualmente, iria “matá-lo e dizer a Deus que ele morreu” — um comentário que ele mais tarde disse ter sido uma piada.
A influência de Swaggart diminuiu consideravelmente após os escândalos. Seu ministério sobreviveu de forma bastante reduzida, mas ele ainda aparecia na televisão a cabo de vez em quando.
Swaggart e Frances, que permaneceu com ele durante os escândalos, tiveram um filho, Donnie, que desempenhou um papel fundamental no ministério.