Kraft Heinz busca reviver marcas antigas desfazendo megafusão de 2015

A possível cisão de marcas de crescimento mais lento da Kraft Heinz, como o queijo Velveeta, é uma tentativa arriscada de última hora de aumentar os retornos da companhia, revertendo sua fusão malsucedida de uma década.

A fabricante de alimentos com sede em Chicago e Pittsburgh está estudando a possibilidade de cindir grande parte de seus negócios de alimentos, incluindo muitos produtos da Kraft, em uma nova entidade, disse uma fonte em 11 de julho, confirmando uma reportagem do Wall Street Journal.

Essa entidade poderia ser avaliada em até US$ 20 bilhões, o que a tornaria o maior negócio em bens de consumo até agora neste ano.

A empresa não quis comentar a medida.

As ações da fabricante de alimentos perderam cerca de dois terços de seu valor desde que a Kraft e a HJ Heinz se fundiram em 2015, em um acordo apoiado pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, que tinha como objetivo cortar custos e expandir as marcas internacionalmente.

No entanto, os consumidores dos EUA têm gastado menos em alimentos embalados de marcas famosas, cada vez mais caros, após a pandemia.

Além disso, os produtos práticos da Kraft Heinz, como seu kit de refeição Lunchables, enfrentam críticas nos Estados Unidos, seu maior mercado, em meio à ascensão do movimento social Make America Healthy Again (Faça a América Saudável Novamente) ou Maha, liderado pelo secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr.

Com capitalização de mercado de US$ 33,3 bilhões, a empresa disse em maio que estava “avaliando potenciais transações estratégicas para liberar valor para os acionistas”, já que executivos da Berkshire Hathaway deixaram seu conselho, provavelmente após perderem a fé na fabricante de alimentos, disseram banqueiros.

A possível mudança, ainda a ser confirmada pela Kraft Heinz, provavelmente desfaria a fusão de aproximadamente US$ 45 bilhões realizada em 2015, embora os detalhes de como as cerca de 200 marcas da empresa seriam divididas não estejam claros.

A divisão de condimentos da Kraft Heinz, liderada pela marca de ketchup Heinz e pelo cream cheese Philadelphia, registrou US$ 11,4 bilhões em vendas no ano passado e tem espaço para crescer internacionalmente.

Isoladamente, provavelmente teria um múltiplo maior do que o valor atual de negociação da empresa como um todo, o que a tornaria mais valiosa, disseram analistas e banqueiros.

O restante dos produtos da Kraft Heinz – com vendas de US$ 14,5 bilhões de marcas tradicionais como a Oscar Mayer, que enfrentam a concorrência de opções de marcas próprias mais baratas – provavelmente seria avaliado em linha com toda a empresa, que atualmente é negociada um pouco menos de nove vezes seus lucros.

A Kraft Heinz não retornou imediatamente um pedido de comentário.

Caminho arriscado

Esse caminho é arriscado porque a separação por si só pode criar apenas um pequeno benefício para os investidores, de acordo com analistas e banqueiros de investimento.

Maiores retornos dependem de a Kraft Heinz eventualmente encontrar um comprador – e um prêmio – para qualquer um dos seus dois negócios.

“Não parece haver muito potencial de crescimento”, disse Peter Galbo, analista do BofA (Bank of America). “Depende mesmo de uma aquisição futura.”

O conselho e a gerência da Kraft Heinz podem ter visto a dissolução da Kellogg Co como uma história de sucesso que eles poderiam replicar, disseram banqueiros de investimento.

No início deste mês, a fabricante europeia de doces Ferrero concordou em adquirir o negócio de cereais da Kellogg Co., WK Kellogg, por US$3,1 bilhões. No ano passado, a Mars adquiriu outro negócio da Kellogg Co., a fabricante de Pringles, Kellanova, por cerca de US$36 bilhões.

Possíveis adquirentes do negócio de condimentos podem ser a fabricante de especiarias e molhos picantes McCormick Co., a Unilever ou a Nestlé, disseram banqueiros de investimento. A McCormick não quis comentar. A Unilever e a Nestlé não responderam aos pedidos de comentário.

O negócio de crescimento mais lento, voltado para a Kraft, pode, entretanto, atrair o interesse de outra empresa que deseja aumentar sua influência com supermercados como Walmart e Kroger, disse Dave Wagner, gestor de portfólio da Aptus Capital, que detém ações da Kraft Heinz em um fundo negociado em bolsa.

Mas Wagner disse que encontrar compradores em um segmento desafiador pode não ser fácil.

As vendas de toda a fabricante de alimentos caíram 3% em 2024, e a empresa reduziu suas previsões de vendas e lucro para o resto deste ano.

“Se você mantiver a empresa como está agora ou dividi-la, ambos terão algum tipo de prejuízo”, disse Wagner.

“Provavelmente não seriam alvos de aquisição de primeira linha.”

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