A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro defendeu neste sábado (5) que a direita ocupe mais cargos eletivos, endossando o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para eleger deputados e senadores aliados em 2026.
“Bolsonaro falava para mim, em 2017: a história da política só vai mudar quando o povo brasileiro entender que até o botijão de gás passa pelo Congresso. Precisamos ocupar os espaços com representatividade, precisamos, cada vez mais, nos posicionar”, disse.
Em seguida, Michelle completou: “Quanto tempo nós fomos negligentes? A gente acabou deixando de lado, mas eu creio, sim, num novo tempo para o Brasil.”
A presidente do PL Mulher deu as declarações durante um encontro do partido realizado em Guarulhos.
No evento, a ex-primeira-dama afirmou que Bolsonaro deve concorrer em 2026, apesar de estar inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no pleito de 2022.
“Em 2026, ele [Jair Bolsonaro] vai voltar. Essa mentira e todo esse projeto do mal contra a vida dele não vão prevalecer. Não existe democracia sem a candidatura de Jair Messias Bolsonaro em 2026”, disse Michelle.
No final de junho, Bolsonaro disse a seus apoiadores, em ato na Avenida Paulista, que não precisava ser eleito presidente para poder liderar o país, em referência às eleições de 2026.
No ato, Bolsonaro pediu a seus apoiadores: “Me deem 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil, nem preciso ser presidente.”
Críticas à crise do INSS
Durante o evento em Guarulhos, Michelle comparou o esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ao “Petrolão”, esquema de corrupção na Petrobras que envolveu lavagem de dinheiro e cobrança de propina a empreiteiras.
“A questão do IOF, do INSS. Foi o maior projeto de corrupção do atual governo. Passou até o Petrolão. Estamos vendo o descaso com os mais idosos e com as pessoas com deficiência”, disse Michelle.
No discurso, a ex-primeira-dama também mencionou o pente-fino que vem sendo implementado pelo governo no BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Diante do aumento explosivo de concessões do BPC por via judicial, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) prepara uma resolução para conter a aprovação de novos benefícios por essa via, com apoio do Ministério da Fazenda.
“Com esse investimento todo em propagandas, ele [Lula] pode cortar o BPC, o Bolsa Família. Estamos vendo que esse governo [do Lula] tem unido homens e mulheres que não cuidam e não têm esse olhar especial para o povo brasileiro”, afirmou Michelle.