O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, descartou, nesta quarta-feira (9/7), a possibilidade de rever a meta de inflação deste e do próximo ano, ambas de 3%. Segundo ele, mudar o objetivo seria negativo para o país.
“Falar em mudar a meta é mostrar que o país está confortável com uma moeda que perde mais valor ano a ano. Ninguém vai segurar um ativo que desvaloriza. E não há nada mais danoso para a sociedade do que destruir a moeda. É uma instituição que depende de credibilidade”, declarou Galípolo em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados.
Galípolo foi convidado para falar sobre a atuação do banco na economia e a prestar esclarecimentos sobre a eventual autorização da aquisição do Banco Master pelo BRB, Banco de Brasília. Os requerimentos foram feitos pelos deputados Florentino Neto (PT-PI), Laura Carneiro (PSD-RJ) e Pauderney Avelino (União-AM).
Leia também
-
“Ninguém quer abaixar juros e ter inflação lá em cima”, diz Galípolo
-
Banco Central: Galípolo admite estouro da meta de inflação
-
Haddad aguarda “tranquilamente” a inflação dentro da meta em 2026
-
Focus: mercado reduz projeção de inflação deste ano para 5,18%
Mais cedo, o presidente do BC defendeu que a “normalização da transmissão da política monetária” será feita por meio de uma série de medidas, e não com “bala de prata” ou “uma vitória por ippon”, em referência ao ponto que decide o resultado no judô.
Atualmente, a taxa básica de juros do país, a Selic, está em 15% ao ano após o Comitê de Política Monetária (Copom) engatar a sétima elevação consecutiva no ciclo de aperto monetário. Em contrapartida, o Copom indicou o fim da onda de altas nos juros.
Meta de inflação
Para 2025 e 2026, a meta é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual, com piso de 1,5% e teto de 4,5%, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – Banco Central, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento. A meta será considerada cumprida se oscilar dentro do intervalo de tolerância.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com índice apurado mês a mês. Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio. Se permanecer nesse patamar, o país caminha para mais um ano em que o objetivo será desobedecido.
Para junho, o mercado espera que o IPCA seja de 0,23%. A inflação oficial será divulgada nesta quinta-feira (10/7).
Fonte: Metrópoles