A série documental “O Assassinato do Ator Rafael Miguel” chega à plataforma de streaming HBO Max nesta quinta-feira (31). Divida em três episódios (lançados um por vez toda quinta), a produção busca retratar o crime e a busca incessante por Paulo Cupertino, dando voz à Isabela Tibcherani Matias, filha do assasino e, à época do crime, namorada do astro de “Chiquititas”. À CNN, equipe falou sobre construção da obra.
Rafael foi morto a tiros no dia 9 de junho de 2019. Os pais do ator, João Alcisio Miguel e Miriam Selma da Silva, também foram alvejados e não resistiram. Paulo Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão pelo crime.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo e como mostra a série, Cupertino mantinha uma relação de posse com a filha e não aceitava que a jovem se relacionasse com o artista.
No dia do crime, Isabela se encontrou com Rafael em uma praça perto da casa dele, no bairro do Socorro, na zona sul da capital paulista. Quando Cupertino chegou em casa e não encontrou a filha, falou com a esposa e exigiu que ela voltasse. A mãe dela, Vanessa Tibcherani de Camargo, tentou ligar para a filha, mas não conseguiu.
Vanessa, então, ligou para o celular de Rafael e foi atendida pela mãe dele. Quando os pais do ator encontraram o casal, optaram por levar Isabela em casa e aproveitar a oportunidade para conversar com Cupertino para solicitar uma “aprovação” para o namoro.
Rafael e os pais foram atingidos por pelo menos 13 disparos ao chegarem na casa. Todos morreram no local. O autor do crime ficou foragido até 2022, quando foi preso.
Novo olhar ao caso
Segundo Adriana Cechetti, diretora de produção sênior para conteúdos de Não-Ficção da Warner Bros. Discovery, a série propõe novo olhar sobre o crime que chocou o Brasil.
“Não é uma série jornalística. É justamente esse novo olhar que faz a diferença”, pontuou a profissional. O acesso à Isabela foi o que deu tom ao projeto. “A série passou a ser contada com a perspectiva dela, de uma vítima, testemunha de tudo, e a acompanhamos até o julgamento. Isso trouxe outro sentido à narrativa”, explicou Cechetti.
A jovem, que tinha apenas 17 anos à época do crime, se viu exposta publicamente como não era antes. Diretor da obra, Mauricio Dias, destaca o estigma que ela carrega até hoje perante ao público. “Ela foi muito julgada, ela é vítima também. É uma mulher que tem uma imagem que incomoda, e isso gerou muitas fake news ao redor dela.”
O documentário também se propõe a revelar aspectos pouco explorados da trajetória de Isabela antes do crime. “Ela chegou a viver em cárcere privado por meses com o pai. Queremos que o público entenda quem é essa menina que nunca quis ser famosa, nunca quis estar nas redes, mas foi arrastada para esse lugar.”
Assista ao trailer da série “O Assassinato do Ator Rafael Miguel”