Os parlamentares norte-americanos que se reuniram na terça-feira (29) com senadores brasileiros nos Estados Unidos sinalizaram apoio à revisão das tarifas de 50%. Em contrapartida, querem a redução ou mesmo a interrupção da importação de petróleo russo pelo Brasil.
Segundo informações da assessoria da comitiva, os senadores encontraram oito parlamentares americanos: os senadores democratas Tim Kaine, Ed Markey, Mark Kelly, Chris Coons, Jeanne Shaheen e Martin Heinrich, além do republicano Thom Tillis. A deputada democrata Sydney Kamlager-Dove também foi ouvida.
Os senadores brasileiros ouviram críticas às tarifas impostas por Trump de uma série de parlamentares, que destacaram o aumento do custo de vida que as taxas levarão à população norte-americana — desde o café até a madeira utilizada na construção de casas.
Ed Markey, de Massachusetts, chegou a sinalizar a possibilidade de senadores democratas apresentarem medidas legislativas reação às tarifas adicionais impostas ao Brasil e outros países. Tim Keine, da Virgínia, ventilou iniciar deliberações no Senado norte-americano.
Por outro lado, os brasileiros também ouviram demandas. Parlamentares democratas e o republicano pressionaram para que o país crie mecanismos de rastreabilidade do petróleo que compra a fim de bloquear a importação de produto russo.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 10 dias para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia, sob ameça de aplicar “tarifas severas” de 100% ao país. O mandatário já ventilou a possibilidade de taxar também quem compra a commodity russa.
Em 2024, o Brasil comprou cerca de US$ 6,2 bilhões em produtos derivados do petróleo, como óleos lubrificantes, combustíveis e outros produtos refinados, da Rússia — sendo o principal item de sua pauta de importação junto ao país. As compras de petróleo bruto ficaram em pouco mais de US$ 72 milhões.