Premiação do Mundial: saiba quanto os brasileiros vão pagar em impostos

O novo formato do Mundial de Clubes vem chamando a atenção não só pelas emoções nos gramados, mas também pelos valores exorbitantes de premiação que a Fifa vem pagando aos times participantes.

O Fluminense, único brasileiro semifinalista, pode alcançar a marca de R$ 550 milhões em premiação. Valor que supera o lucro conquistado em 2023, ano do título da Libertadores, quando o Tricolor ganhou R$ 194 milhões.

Derrotado nas quartas para o Chelsea, o Palmeiras voltou para o Brasil com aproximadamente R$ 218 milhões no bolso. Flamengo e Botafogo, eliminados nas oitavas, ficaram com R$ 151 milhões e R$ 145 milhões, respectivamente.

Impostos em cima das premiações

Apesar da quantia significativa que os brasileiros embolsam com a participação na Copa, os valores não serão recebidos de forma integral. Isso porque, existem impostos a serem pagos.

País-sede do Mundial, os Estados Unidos retêm 30% das premiações do Mundial. À CNN, o tributarista Aristóteles de Queiroz Camara, sócio do Serur Advogados, explica a arrecadação existente em solo norte-americano.

“Pela Fifa sediar o evento nos Estados Unidos, há a cobrança do imposto de renda americano de 30% sobre valores pagos a entidades estrangeiras cujos países de origem não possuam tratado para evitar bitributação, caso do Brasil. Este percentual incide sobre a parcela recebida sobre o valor creditado nos EUA e não sobre a parte antecipada e paga no Brasil”, disse.

Além do valor pago em impostos lá fora, o especialista também detalha a situação aplicada no território brasileiro. Segundo Aristóteles, apenas SAFs estão sujeitos ao pagamento de tributos sobre a premiação.

“A tributação no Brasil dependerá da forma pela qual a entidade é constituída. Se for associação sem fins lucrativos, o prêmio recebido não é tributado, o que é o caso do Palmeiras. Caso fosse uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), a premiação seria tributada por meio da alíquota unificada de 5% sobre a receita bruta englobando tributos diversos”, comentou ele, que prosseguiu.

“Também não há incidência de tributos estaduais ou municipais sobre essa receita. Essa mesma lógica se aplica a prêmios pagos em competições nacionais, como o Brasileirão.”

Entre os participantes brasileiros na Copa do Mundo de Clubes, apenas o Botafogo está inserido no sistema de sociedade anônima. O Alvinegro é comandado pelo Eagle Football Holdings, de John Textor.

Seleção “de olho” em premiação da Copa de 2026

Ao lado de México e Canadá, os EUA também receberão a Copa de seleções em 2026, que será a primeira edição com 48 participantes.

Na teoria, a política de tributação para a Copa segue o mesmo critério do torneio realizado este ano. Porém, a Fifa pode “entrar em campo” para reverter a situação. É o que aponta Morvan Meirelles Costa Junior, advogado e sócio do escritório Meirelles Costa Advogados, em entrevista para CNN.

“A situação da Seleção Brasileira na Copa de 2026 seria similar em termos de princípios tributários, mas com uma particularidade crucial: para um evento desta magnitude, é uma prática consolidada que a Fifa negocie com o país anfitrião acordos específicos que podem incluir isenções fiscais ou regimes tributários especiais (tax waivers) para as seleções, jogadores e comissão técnica. Esses tax waivers são essenciais para a viabilidade e o sucesso do torneio, pois evitam uma complexidade tributária imensa para milhares de indivíduos e entidades estrangeiras”, declarou o especialista.

“É altamente provável que tais acordos sejam estabelecidos para garantir a participação de todas as seleções e o bom andamento do evento, seguindo precedentes de Copas do Mundo anteriores, inclusive algo que se deu no Brasil”, finalizou.

Valores antecipados

Importante frisar que os valores recebidos pelos clubes brasileiros neste Mundial não serão tributados em sua totalidade.

Isso porque, a Fifa pagou, antes do início do torneio, uma parte da cota de participação que cada equipe tem direito. Este valor foi dividido pela federação por continente, e os seis sul-americanos levam 15,2 milhões de dólares cada (os quatro brasileiros, além de River Plate e Boca Juniors, da Argentina).

Ou seja, os clubes não pagariam taxas em cima dos valores antecipados, já que eles receberam essa grana da Fifa ainda no Brasil.

Premiação do Mundial de Clubes

  • Fase de grupos: 2 milhões de dólares por vitória e 1 milhão de dólares por empate
  • Oitavas de final: 7,5 milhões de dólares
  • Quartas de final: 13,1 milhões de dólares
  • Semifinais: 21 milhões de dólares
  • Vice-campeão: 30 milhões de dólares
  • Campeão: 40 milhões de dólares

Valores por participação no Mundial

  • Clubes europeus: de 12,8 milhões de dólares a 38,1 milhões de dólares
  • Clubes sul-americanos: 15,2 milhões de dólares
  • Clubes da Concacaf: 9,5 milhões de dólares
  • Clubes da Ásia: 9,5 milhões de dólares
  • Clubes da África: 9,5 milhões de dólares
  • Clubes da Oceania: 3,5 milhões de dólares

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