O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marín morreu neste domingo (20), aos 93 anos.
A CBF lamentou a morte do ex-dirigente.
Com a saída de Ricardo Teixeira, que alegou motivos de saúde, Marin assumiu o cargo de presidente da CBF em 12 de março de 2012 e ficou até 2015.
Marín foi, por exemplo, o presidente da instituição durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Desde o início, sua gestão também foi marcada por algumas polêmicas. Relembre alguns casos:
Caso das medalhas
Dois meses antes de assumir a presidência da CBF, José Maria Marin, em janeiro de 2012, foi flagrado colocando no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians, campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Na época, a Federação Paulista de Futebol (FPF) afirmou que o item era uma cortesia previamente destinada ao dirigente. No entanto, ao fim do evento, o goleiro Matheus afirmou que ficou sem receber a condecoração. O problema só foi resolvido dias depois, com o envio de uma nova medalha ao atleta.
Marin, então, se justificou. “A medalha foi um presente da Federação. Não era para ter essa repercussão. Isso virou uma piada. Se eu colocasse no pescoço, iam dizer que eu não joguei a final e nem era dirigente de Corinthians ou Fluminense”, disse.
Sede da CBF
Inaugurada em 2014, a atual sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, foi inaugurada sob a gestão de Marín.
À época, o dirigente decidiu batizar o edifício com o próprio nome, que chegou a ser exibido em destaque na fachada principal.
A homenagem, no entanto, durou pouco. Durante a presidência de Marco Polo Del Nero, sucessor de Marin, o nome foi removido discretamente, em meio às investigações e prisões de cartolas na Suíça.
Mais tarde, já sob o comando de Rogério Caboclo, a CBF retirou também a placa interna de inauguração que registrava a denominação original do prédio. Desde então, a fachada passou a usar apenas o nome “Casa do Futebol Brasileiro”, marca institucional que busca distanciar a entidade das polêmicas do passado recente.
Condenação e prisão
Em 2015, José Maria Marin foi detido na Suíça durante uma operação conduzida pelo FBI, como parte das investigações de corrupção no escândalo da Fifa.
O ex-presidente da CBF foi extraditado para os Estados Unidos, onde foi julgado, condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro nas competições Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. Ele ficou preso nos EUA.
Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, Marin obteve liberdade antecipada e retornou ao Brasil. Três anos depois, em 2023, o ex-dirigente sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em São Paulo.