Ração contaminada: mais de 240 cavalos já morreram, afirma ministério

A contaminação de ração para cavalos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda provocou a morte de pelo menos 245 cavalos em quatro estados brasileiros. A situação foi atualizada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) no começo da noite deste domingo (13).

O ministério investiga os casos desde o final de maio, quando recebeu uma denúncia por meio da Ouvidoria. Até agora, foram registradas mortes em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.

De acordo com a pasta, foram detectadas substâncias tóxicas em amostras coletadas e analisadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA). Os materiais apresentaram teores de alcaloides pirrolizidínicos, também chamado de monocrotalina, substância incompatível com a segurança alimentar animal.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou a singularidade do caso. “Esse caso é único. Nunca, em toda a história do Ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece”, afirmou.

Ainda de acordo com o secretário, a legislação deixa claro que o uso dessa substância não é permitido em nenhuma hipótese. “Essa substância, mesmo em doses muito pequenas, pode causar problemas neurológicos e hepáticos graves”, pontuou.

Segundo o Mapa, nas propriedades investigadas, os cavalos que consumiram produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda ficaram doentes ou morreram. Já animais que não fizeram a ingestão das rações, mesmo nos mesmos ambientes, permaneceram saudáveis.

O ministério instaurou um processo administrativo fiscalizatório, lavrou auto de infração e determinação a suspensão cautelar da fabricação de rações. Inicialmente a medida visava apenas equídeos, no entanto, posteriormente, foi estendida para rações de todas as espécies.

A decisão aconteceu após a investigação apontar uma falha no controle da matéria-prima, que continha resíduos de plantas do gênero crotolaria, responsáveis pela geração de monocrotalina, como causa da contaminação das rações.

Apesar da interdição pelo ministério, a Nutratta Nutrição Animal Ltda conseguiu uma autorização judicial para retomar parte da produção não destinada a equídeos. A pasta informou que recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas que reforçam o risco sanitário e comprovam a necessidade de manutenção das medidas adotadas.

“O Ministério permanece atento a qualquer nova denúncia e manterá a sociedade informada com total transparência. As ações de fiscalização seguem reforçadas, com foco na proteção da saúde animal e na segurança da cadeia produtiva”, disse o Mapa em nota.

A CNN procurou a Nutratta Nutrição Animal Ltda, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento da empresa.

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