Após a repercussão negativa entre empresários sobre o aumento tarifário anunciado por Donald Trump, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tomou para si a missão de ser o interlocutor dos setores com o governo norte-americano.
De acordo com aliados, o governador de SP tem sido procurado por representantes do setor, apreensivos diante do que pode ocorrer a partir de agosto, quando as mudanças podem ser implementadas.
Pressionado, Tarcísio iniciou a estratégia em uma reunião com encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar.
Na sequência, usou as redes sociais para confirmar o encontro. Antes e depois da conversa, o governador esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos últimos dias, a aliados, o ex-presidente tem dito que não deve procurar integrantes do governo norte-americano para contornar a crise.
De acordo com fontes consultadas pela CNN, ao se colocar como “ponte” para o diálogo, Tarcísio alivia o desgaste causado com empresários, em um cenário de negociação difícil para o governo federal.
Ao mesmo tempo, se afasta do embate político entre esquerda e direita causado pela carta de Trump.
Nesta semana o governador chegou a ser criticado diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O petista disse que Tarcísio não conseguirá esconder sua afinidade com Donald Trump.
Pelo governo federal, Alckmin lidera grupo
Já pelo lado do governo federal, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (11) que o governo brasileiro terá desdobramentos nos próximos dias em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Alckmin ficará responsável por coordenar o diálogo com o setor empresarial para definir as reações do Brasil ao tarifaço de Trump.
*Com informações de Fernanda Tavares e Pedro Teixeira