O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que espera se encontrar novamente “em breve” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sinalizando uma nova etapa nas relações entre os dois países após um encontro no Alasca. O analista de Internacional Lourival Sant’Anna avaliou no CNN Prime Time os reflexos da aproximação entre os dois líderes.
A reunião evidenciou um contraste significativo entre as equipes diplomáticas presentes. Do lado russo, participaram Yuri Ushakov, ex-embaixador nos Estados Unidos e pessoa de confiança de Putin, além de Sergei Lavrov, que atua na política externa russa desde 2000. Do lado americano, Trump esteve acompanhado pelo secretário de Estado Marco Rubio e por Steve Witkoff, sendo este último um empresário do setor imobiliário sem experiência em assuntos relacionados à Rússia.
Rubio, que anteriormente mantinha uma postura mais crítica em relação à Rússia, demonstrou uma significativa alteração em seu posicionamento. O senador pela Flórida, que já foi um importante crítico de Trump e considerado um “falcão” em relação à política russa, agora aceita a atual aproximação entre os países.
A declaração de Trump sobre um futuro encontro com Putin indica que o processo de aproximação entre Estados Unidos e Rússia seguirá adiante, independentemente das posições da Ucrânia e da Europa sobre o assunto. Embora Trump tenha se comprometido a realizar telefonemas para informar Vladimir Zelensky e líderes europeus sobre o conteúdo da reunião, sua fala sugere que a prioridade está na melhoria das relações com a Rússia.
A situação demonstra uma mudança significativa na ordem inicialmente proposta por Trump, que havia estabelecido a resolução da questão ucraniana como pré-requisito para outros avanços. Apesar da ausência de resultados concretos em relação à Ucrânia, os sinais apontam para uma continuidade no processo de aproximação entre as duas potências.