Ataques cibernéticos sobem 30% no país pós tarifaço; empresa vê hacktivismo

O Brasil registrou uma alta de 30% de ataques cibernéticos originados nos Estados Unidos em meio ao tarifaço de Donald Trump, segundo levantamento da empresa de segurança digital TI Safe.

A análise considera as ações registradas entre 8 de julho, véspera do dia em que o presidente norte-americano anunciou que o Brasil seria atingido por uma alíquota de 50%, e o final do mês passado.

A TI Safe destaca que os ataques foram registrados sobretudo contra setores críticos do país, como energia, petróleo, siderurgia, saneamento e órgãos governamentais. Um dos principais alvos identificados foi o STF (Supremo Tribunal Federal), que registrou, nos últimos meses, mais de 750 milhões de tentativas de ataque.

Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, observa a possibilidade de os ataques se tratarem de casos de hacktivismo, uma forma de ativismo digital com motivações políticas e ideológicas.

“O aumento repentino nos ataques com origem nos EUA, somado ao contexto político das últimas semanas, sugere uma motivação clara: não se trata apenas de cibercrime oportunista, mas de uma ofensiva ideológica impulsionada pelo discurso polarizador de figuras públicas influentes”, diz o especialista, em referência aos ataques direcionados por Trump contra o governo brasileiro e a suprema corte.

Ao anunciar o tarifaço, o republicano disse que “o Brasil não tem sido bom para nós”. Tanto na carta em que sinalizou o tarifaço quanto no decreto em que o confirmou, Trump associou a sobretaxa, a mais alta aplicada até então pelos EUA, ao julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a suposta trama golpista e a postura do STF frente redes sociais e big techs.

“Mesmo sem evidências de envolvimento direto do governo americano, é evidente que o clima de animosidade encoraja ações coordenadas por agentes não estatais”, pontua Branquinho.

“Esse episódio mostra como decisões geopolíticas podem gerar consequências imprevistas no ambiente digital. O ciberespaço se tornou um campo de disputa estratégica, e precisamos tratá-lo com o mesmo grau de seriedade e prontidão que qualquer outra fronteira nacional”, conclui.

A TI Safe destaca que, apesar da intensidade das investidas, os sistemas brasileiros têm conseguido bloquear a maioria dos ataques.

O fortalecimento da cooperação internacional para rastrear os ataques, a responsabilização dos criminosos e o compartilhamento de informações sobre ameaças emergentes são alguns dos pontos elencados pela empresa como parte da resposta brasileira ao cenário.

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