A multinacional do agronegócio Bunge afirmou à Reuters nesta quarta-feira (20) que desviou um carregamento de farelo de soja argentino que estava destinado à China para outro país “por razões comerciais”, após relatos de que isso se devia a preocupações com a qualidade.
A remessa estava programada para marcar a primeira carga de farelo de soja da Argentina para a China desde que Pequim aprovou as importações em 2019.
A Bunge estava respondendo a uma reportagem da Bloomberg no início da quarta-feira (20) que dizia, citando fontes não identificadas, que a carga havia sido desviada devido a preocupações de que poderia não atender às especificações de qualidade chinesas.
Gustavo Idigoras, presidente da câmara de exportação e esmagamento de grãos CIARA-CEC do país sul-americano, disse à Reuters que o carregamento de 30.000 toneladas métricas desviado agora estava destinado ao Vietnã, após uma solicitação do importador.
“É por razões comerciais relacionadas às necessidades do importador de suprir o consumo no Vietnã”, disse ele, observando que essa era uma opção no contato.
A Bunge não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o novo destino.
Normalmente, a China compra soja da Argentina para processar em suas próprias fábricas, mas os analistas observaram recentemente que Pequim tem aproveitado os preços mais baixos no mercado sul-americano.
A Reuters informou no final de julho e início de agosto que a China havia feito duas compras de farelo de soja argentino, totalizando 60.000 toneladas.
Maior exportador mundial de farelo de soja, a Argentina embarcou ao todo no ano passado 27,2 milhões de toneladas, por cerca de US$ 10,55 bilhões. O Vietnã é seu maior importador, comprando cerca de 15% das vendas no ano passado.