O setor cafeeiro brasileiro enfrenta desafios significativos após a implementação de novas tarifas pelos Estados Unidos, resultando em contratos postergados e cancelados, além da substituição por cafés de outras origens, mesmo com custos mais elevados.
A situação é agravada pelo atual cenário do mercado, onde os preços futuros são mais baixos que os presentes. Com juros e custos administrativos elevados, exportadores que utilizam Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) enfrentam riscos de transformação desses adiantamentos em dívidas de curto prazo com altos juros. Em entrevista à CNN, Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), traz suas expectativas para as negociações.
Medidas de socorro e limitações
O anúncio de R$ 30 bilhões em financiamento ainda carece de detalhamentos cruciais, como limites por empresa, carência e taxas de juros. As instituições financeiras trabalham para agilizar estas linhas de crédito, buscando reduzir a burocracia no processo.
Um ponto crítico é que o reintegro, benefício importante para o setor, contempla apenas cafés solúveis e torrados moídos. No entanto, 90% das exportações para os Estados Unidos são de cafés verdes (80% Arábica e 10% Conilon), que não são cobertos por este benefício.
Como alternativa, o setor, em conjunto com a Frente Parlamentar da Agropecuária, propôs uma emenda solicitando o aumento do crédito presumido de PIS e COFINS de 10% para 50%. Esta medida visa compensar o impacto das tarifas americanas de 50%, especialmente considerando que os preços na bolsa atingem novos recordes.