Nos últimos anos, Clara Moneke, 26, engatou personagens de sucesso nas telinhas brasileiras. Após dar vida a icônica e divertida Kate Cristina Ramos, mais conhecida como Katelícia, em “Vai na Fé” (2023), a atriz também esteve no papel da irreverente Caridade em “No Rancho Fundo” (2024), e agora estrela sua primeira protagonista, Leona, na trama de “Dona de Mim”.
À CNN, a atriz que tem base no teatro, diz que desde que começou a fazer novelas, entendeu o impacto e o papel que as obras têm na sociedade. “Acho que dentro de uma novela eu consigo exercer de forma mais ampla o que é ser artista para mim, que é mudar o mundo.
“A arte é expressão, e eu acredito que a arte, ainda mais no Brasil, que é um país tão rico culturalmente e ainda assim a cultura tão desvalorizada, dentro da novela a gente consegue trazer assuntos que realmente mudam o mundo, transformam as pessoas, transformam a nossa sociedade”, acrescenta.
Vivendo Leona, uma mulher vibrante, que enfrenta a vida sempre com um sorriso no rosto, Moneke entrega que a personagem chegou como uma reafirmação da própria caminhada e do que a TV brasileira está se transformando.
“Eu acho bonito fazer uma novela onde nós temos uma mulher negra que trabalha, que vive e que o maior drama da vida dela não é ser uma mulher negra. Ela é uma mulher na sociedade como qualquer outra, com diversas questões, impasses, e é isso que faz ela ser uma mulher tão forte e poderosa”.

“Fico muito feliz com a percussão da novela, com o reconhecimento das pessoas na rua e mais ainda com a identificação das pessoas na rua para com a personagem. Eu acho que estou fazendo o que tem que ser feito, a arte é para as pessoas, eu amo fazer arte para o mundo e estar dentro de uma televisão aberta, onde a gente consegue alcançar milhões de pessoas por dia, pra mim, é uma batalha diária, mesmo para que a gente consiga valorizar a nossa cultura, valorizar a arte, valorizar a nossa classe artística e levar um pouco de cultura e mudança para as pessoas”, adiciona.
Eu fico muito feliz de conseguir ter tantas do meu lado
diz Clara Moneke sobre protagonismo negro na TV
Se 2024 marcou um momento histórico na TV Globo, já que – pela primeira vez – a emissora carioca contou com três mulheres negras em papéis principais, o protagonismo se reflete em 2025, com Clara, Taís Araújo (“Vale Tudo”) e Jeniffer Nascimento (“Êta Mundo Melhor!”).
“Eu acho que isso vem de uma demanda muito grande do mercado, da sociedade e do mundo, né? Eu acho que as pessoas não estavam mais querendo ver outras histórias, ver outros rostos. O Brasil é um país tão diverso, e estava faltando isso, porque eu sinto que o mercado pede, a gente tem que fazer”, diz.
“Então a Globo conseguiu vir no movimento muito bonito e muito natural de conseguir mostrar um Brasil que todo mundo já queria ver há muito tempo. Eu fico muito feliz de conseguir ter tantas do meu lado, é muito bom não estar sozinha”, conclui.