Consumo abusivo de álcool mais do que dobrou entre mulheres, diz estudo

O consumo abusivo de álcool mais do que dobrou entre mulheres nas capitais brasileiras, de acordo com estudo recém-publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia. O trabalho mostrou que o exagero em bebidas alcoólicas entre o público feminino passou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da ACT Promoção da Saúde e do Ministério da Saúde. A pesquisa analisou a tendência temporal das prevalências de morbidade, fatores de risco e de proteção para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) em adultos residentes nas capitais, utilizando dados de mais de 800 mil entrevistas da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), entre os anos de 2006 e 2023.

O consumo de álcool é considerado abusivo com cinco ou mais doses (homem) ou quatro, ou mais doses (mulher) de bebidas alcoólicas em uma única ocasião, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias de quando a entrevista foi realizada.

Segundo o estudo, o consumo abusivo de álcool se manteve estável entre os homens (cerca de 25%), porém mais do que dobrou entre as mulheres. Para Deborah Malta, coordenadora da pesquisa e professora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública da EEUFMG, esses resultados podem ter relação com as mudanças no marketing do álcool e ao uso das redes sociais para aumentar o consumo entre o público feminino.

Tabagismo diminuiu em ambos os sexos, mas outros fatores de risco ainda crescem

O estudo mostrou, ainda, que o excesso de peso aumentou em ambos os sexos, passando de 38,5%, em 2006, para 59,6%, em 2023 (entre as mulheres), e de 47,6% para 63,4%, no mesmo período (entre os homens). Por outro lado, a prática de atividade física no lazer cresceu de 22,1% para 36,2% entre as mulheres e de 39% para 45,8% entre os homens.

Além disso, os índices de hipertensão e diabetes apresentaram crescimento em ambos os sexos. O consumo regular de feijão, importante marcador de alimentação saudável, caiu de 61% para 54,1% entre mulheres, e de 73,7% para 63,8% entre os homens. Já o consumo de frutas e hortaliças manteve-se baixo, aproximadamente 20%.

Malta afirma que os resultados obtidos demonstram que os fatores de risco e de proteção das doenças crônicas apresentam diferenças significativas entre homens e mulheres, refletindo variações biológicas, comportamentais, sociais, econômicas e ambientais.

“É importante conhecer a distribuição e magnitude dessas doenças e desses agravos em uma perspectiva de sexo, para identificar as vulnerabilidades e necessidades específicas, aprimorar e ajustar as intervenções já realizadas, contribuindo com aumento da eficácia das ações de promoção da saúde, para redução de iniquidades e impulsionar políticas públicas mais inclusivas”, ressaltou.

Porém, a prevalência de tabagismo caiu de 12,4% para 7,2% entre as mulheres e de 19,3% para 11,7% entre os homens. Para Malta, essa tendência pode ser explicada pela expansão e fortalecimento das iniciativas de controle do tabaco ao nível mundial e nacional, o que reforça a necessidade de estratégias de saúde pública.

“Diante dos resultados, torna-se importante o monitoramento contínuo dos indicadores de morbidade, fatores de risco e de proteção para verificar as tendências futuras e direcionar intervenções específicas, auxiliar no processo de vigilância e avaliação das DCNT”, afirma.

“Além disso, é preciso fortalecer as ações de educação em saúde e conscientização sobre os fatores de risco e promoção de estilos de vida saudáveis que sejam integradas, com abordagem multidisciplinar e com a colaboração de diferentes setores da sociedade, bem como políticas públicas que restrinjam a publicidade de bebidas alcoólicas e aumentem os impostos sobre essas bebidas”, conclui a professora.

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