Crise Brasil-EUA: Separação não se reflete na sociedade, diz analista

O momento político entre Brasil e Estados Unidos atravessa a sua maior crise diplomática em 200 anos de uma relação bilateral, segundo avaliação de Alberto Pfeifer, coordenador-geral do grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da USP (Universidade de São Paulo).  

Para Pfeifer, essa escalada de tensão é impulsionada por questões como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe após derrota nas urnas em 2022, a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), além das tarifas comerciais unilaterais impostas pelos EUA ao Brasil.  

Apesar do que parece ser um afastamento entre os governos, Pfeifer salienta que essa dinâmica não se reflete nas populações dos dois países. “São países completamente irmanados, que compartilham valores, princípios, democracia, economia de mercado, liberdade de expressão”, destaca.  

Ele aponta que, embora existam fases de progresso e regressão nas dinâmicas democráticas e de mercado, o que “une os dois países são os valores e os padrões tecnológicos”. 

No cenário das plataformas virtuais, Alberto Pfeifer questiona se o Brasil aceitaria sistemas chineses ou russos, respondendo que, apesar dos custos e dificuldades impostas, as companhias americanas “ainda são a melhor opção no mercado”. 

Similarmente, para produtos industriais, ele destaca que, mesmo com a China sendo uma grande produtora, os “padrões tecnológicos basicamente que a gente [o Brasil] adota são ocidentais”. 

Pfeifer observa que a vinculação é ainda mais profunda na indústria de defesa. “Mais de 90% das nossas vinculações de equipamento, de pessoal, de capital estão ligadas aos Estados Unidos, à indústria americana”, afirma.  

Segundo Pfeifer, uma eventual separação do Brasil dos EUA tornaria a “operacionalização da nossa estrutura de defesa” extremamente difícil, dada a organização atual de armamentos e treinamento de pessoal. 

Diante deste cenário, o analista da USP conclui que o governo brasileiro, em uma posição mais frágil, deve agir com cautela. 

“Temos que entender que o nosso lugar no mundo é o continente americano, é o da democracia e da liberdade, é o da economia de mercado. As decisões devem ser tomadas pensando no longo prazo e na nossa inserção estratégica”, finaliza Pfeifer. 

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