Empresários se reuniram na capital mineira, nesta terça-feira (12), para debater as perspectivas para infraestrutura no Brasil.
Durante painel da InfraBusiness Expo 2025, Rubens Menin, presidente do Conselho de Administração da MRV, do Inter e da Log e controlador da CNN Brasil, trouxe uma visão otimista do setor no país.
“Quando a gente pensa em Brasil, um país continental, a gente tem que pensar em infraestrutura. Eu acho que nós estamos no início do caminho, nós temos e devemos crescer muito nesses setores todos”, disse o empresário mineiro, elencando áreas como portos, aeroportos, estradas e construção civil.
“Acho que esse será um dos pilares de desenvolvimento do Brasil, e eventos iguais a este são fundamentais pra gente trocar ideias, discutir e fomentar o setor”, afirmou.
Além do sócio controlador da MRV, o primeiro painel do evento trouxe Eugênio Mattar, executivo chairman da Localiza, e Henrique Salvador, presidente do conselho de administração da Rede Mater Dei de Saúde.
O evento, realizado em Belo Horizonte, é um dos maiores do setor de infraestrutura da América Latina. Com mais de 30 mil visitantes, a feira pretende movimentar até R$ 1 bilhão em negócios e reposicionar Minas Gerais como polo estratégico do setor.
Tarifaço de Trump
Além do debate sobre infraestrutura, os empresários também comentaram sobre o cenário atual, frente o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.
Henrique Salvador defendeu que o momento é de cautela, “de baixar a guarda entre as partes” para que o diálogo e os interesses de ambos os lados possam ser ouvidos.
“Para mim faz todo o sentido procurar ‘azeitar’ um canal para discutir essas questões. O tarifaço é uma realidade, ele está aí, outros países têm sofrido a mesma pressão e têm procurado soluções e alternativas para lidar com ele”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde.
Rubens Menin também apontou preocupação com as tarifas e ressaltou a defesa pelo diálogo.
“Acho que o Brasil tem que sentar na mesa, tem que discutir, negociar como um todo. Nesse mundo que a gente vive tem que negociar com todos, de A a Z”, afirmou Menin.
Já Flávio Roscoe, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais), destacou que os impactos já estão sendo percebidos, indicando que algumas empresas já estão paralisando produções e dando férias coletivas aos funcionários.
“Os empresários estão aguardando as negociações para entender o que irão fazer no próximo momento”, indicou.
O empresário ressaltou que alguns segmentos estão sendo “duramente impactados” pelo tarifaço. Mesmo que sejam setores não tão expressivos para a balança comercial, eles dedicam grande parte de suas produções ao mercado norte-americano, explicou Roscoe.
“Aqui em Minas Gerais os industriais são ferro-ligas; máquinas e equipamentos; e obviamente toda a cadeia do café, mas essa vive um momento mais tranquilo já que está faltando café no mundo hoje”, concluiu.
O InfraBusiness segue até quinta-feira (14) no Expominas, em Belo Horizonte.
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