A venda de uma importante mina de níquel no Brasil, pertencente à Anglo American, está no centro de uma disputa comercial internacional que envolve interesses chineses e americanos. Uma empresa estatal chinesa apresentou proposta de compra para o ativo, gerando preocupações sobre a concentração do mercado global do mineral.
O níquel, metal essencial para a fabricação de aço inoxidável e baterias de veículos elétricos, tem reservas limitadas globalmente, conforme avaliou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Extior, durante o WW. As principais fontes do mineral estão localizadas na Indonésia, que já possui forte presença chinesa, além da Austrália e Brasil.
Uma empresa turca contestou o processo de venda, alegando irregularidades nas regras de concorrência. Paralelamente, o setor siderúrgico americano manifestou preocupação junto ao governo dos Estados Unidos sobre a possível concentração excessiva do mineral sob controle chinês.
O caso também ganhou repercussão em âmbito nacional, com uma reclamação apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU). A situação evidencia uma lacuna regulatória no Brasil, que não possui um órgão específico para avaliação de investimentos estrangeiros. Por isso, o caso está sendo analisado sob as perspectivas da concorrência e do interesse público.