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Haddad diz que Pix incomoda por ser gratuito e descarta privatização

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Haddad diz que Pix incomoda por ser gratuito e descarta privatização

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça-feira (5/8), que o Pix “está chamando a atenção de vários países” e que “incomoda” por ser uma tecnologia gratuita. O ministro ainda descartou a possibilidade de privatizar o sistema.

A declaração foi dada durante a abertura da 5ª sessão plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado “Conselhão”. O grupo é formado por representantes da sociedade e assessora a presidência da República.

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“Temos a primeira moeda soberana digital do mundo. Não estamos falando de cripto, estamos falando de Pix. É a moeda cuja tecnologia está chamando a atenção de vários países do mundo (…). E que ganhou uma maturidade que hoje incomoda”, destacou.

Pix é alvo de investigações dos EUA

A defesa de Haddad ocorre em meio à abertura de uma investigação comercial do governo dos Estados Unidos contra o Brasil. A análise é conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). Estão no pacote de ações e itens que serão investigados, por exemplo: Pix, etanol e propriedade intelectual.

“Nós não podemos nem sonhar, nem pensar, nem imaginar, em privatizar algo que não tem custo para o cidadão. Imaginar que nós vamos ceder a pressão de multinacionais que estão se incomodando com uma tecnologia”, defendeu, acrescentando que a privatização do Pix está “completamente fora de cogitação” do governo brasileiro.

Segundo o ministro, essas empresas lucraram por décadas com a tecnologia do cartão de crédito, e “ninguém se incomodou”. “Agora, porque temos uma tecnologia gratuita, que atende o cidadão a custo zero (…), você vai afrontar a modernidade que traz bem-estar para toda a população?”, questionou Haddad.

Conheça os itens que serão alvo de investigação:

“Também são mencionadas ordens sigilosas para remover publicações e bloquear críticos políticos, inclusive cidadãos americanos. Essas ações aumentariam custos, riscos regulatórios e favorecem concorrentes brasileiros”, diz o texto.

O documento ainda faz referência ao Pix, dizendo que “o Brasil também parece adotar várias práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando, a favorecer os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”.

O texto afirma também que o país impõe restrições excessivamente amplas à transferência de dados pessoais para fora, incluindo para os Estados Unidos, que podem não levar em conta adequadamente os objetivos comerciais de rotina.

“Isso pode suprimir as exportações e a produção econômica dos EUA, com consequências negativas para o emprego e a produção doméstica”, diz, afirmando que o Brasil concede à Índia e ao México um tratamento tarifário preferencial que não concede aos Estados Unidos.

O documento diz que as evidências indicam que a falta de aplicação de medidas anticorrupção e de transparência no Brasil podem prejudicar as empresas americanas envolvidas em comércio e investimento no país e levantam preocupações em relação às normas relacionadas ao combate ao suborno e à corrupção.

“O Brasil se envolve em uma variedade de atos, políticas e práticas que aparentemente negam a proteção e a aplicação adequadas e eficazes dos direitos de propriedade intelectual. Por exemplo, o Brasil não conseguiu lidar de forma eficaz com a importação, distribuição, venda e uso generalizados de produtos falsificados”.

O texto cita a Rua 25 de Março, que fica em São Paulo e afirma que o local permaneceu durante décadas um dos maiores mercados de produtos falsificados, apesar das operações policiais direcionadas a essa área.

O país diz que essas tarifas tiveram impactos comprovados nas exportações de etanol dos EUA para o Brasil.

 


Fonte: Metrópoles

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