A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) avalia que os efeitos da tarifa de 50% sobre o setor se darão de forma mais lenta. No entanto, a entidade avalia que o cenário exige monitoramento constante.
“O setor, que emprega mão de obra altamente qualificada, tende a registrar impactos sobre o emprego de forma mais lenta, mas o cenário exige monitoramento constante. A dimensão inédita do pacote exige acompanhamento para avaliar se será suficiente ou se será necessária uma segunda fase”, diz em nota.
Na avaliação da Abiquim, o plano “Brasil Soberano” contra o tarifaço é positivo, mas ainda é necessário que o governo avance nas negociações com os Estados Unidos para ampliar a lista de exceções.
“A Abiquim seguirá colaborando ativamente para que os recursos e instrumentos previstos no Plano Brasil Soberano alcancem, de forma ágil e eficaz, as empresas mais impactadas, e defenderá a ampliação das negociações internacionais para excluir mais produtos químicos da tarifa, reduzindo os prejuízos e garantindo a continuidade de uma parceria comercial que é estratégica para os dois países”, afirma.
A entidade também defende a implementação de outras medidas para mitigar os impactos da tarifa no setor, como a aprovação de direitos provisórios em medidas antidumping atualmente em análise na Camex, a renovação e a inclusão de novos produtos químicos na lista de Desequilíbrios Comerciais Conjunturais do Mercosul.
“É fundamental que as negociações bilaterais avancem com base em critérios técnicos e econômicos, longe de motivações geopolíticas, preservando a integração produtiva e a resiliência das cadeias de suprimento”, afirma André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim.
Para a entidade, caso as tarifas sejam mantidas, será necessário buscar novos mercados para evitar perdas maiores.