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Mounjaro, Ozempic e cia: quem realmente precisa usar canetas para emagrecer

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Mounjaro, Ozempic e cia: quem realmente precisa usar canetas para emagrecer

O crescimento acelerado no uso de medicamentos injetáveis para emagrecimento tem chamado a atenção da população. Compostos como a semaglutida — princípio ativo de fármacos como Ozempic e Wegovy — inicialmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes tipo 2, passaram a ser usados com o objetivo principal de perda de peso. Impulsionados por celebridades e influenciadores, esses medicamentos se tornaram uma espécie de “solução mágica”, mas especialistas alertam: não são para todos.

Segundo endocrinologistas ouvidos pela CNN, o uso dessas medicações deve seguir critérios clínicos.

“Essas medicações são indicadas para pessoas com obesidade ou sobrepeso com comorbidades associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão ou dislipidemia. O índice de massa corporal (IMC) geralmente precisa estar acima de 27 com comorbidades, ou acima de 30 sem comorbidades”, explica Priscilla Cukier, endocrinologista do Hospital Santa Catarina Paulista.

A semaglutida age simulando um hormônio natural do organismo (o GLP-1), que atua no centro da saciedade do cérebro e retarda o esvaziamento gástrico. Com isso, o paciente sente menos fome e come menos.

Em pessoas com obesidade ou doenças associadas ao excesso de peso, essa atuação tem impacto clínico importante, contribuindo para a melhora do quadro geral de saúde. Porém, em pessoas sem essas condições, os riscos podem superar os benefícios.

Quais os problemas de usar sem indicação?

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, vômitos, constipação intestinal e refluxo. Casos mais graves envolvem inflamações pancreáticas e distúrbios de vesícula biliar. Além disso, há um risco relevante de reganho de peso após a suspensão do tratamento.

“Há risco de reganho de peso após a suspensão da medicação, especialmente quando não há uma reeducação alimentar consistente. Esses medicamentos são indicados para uso prolongado, e a interrupção sem acompanhamento pode levar à reversão dos resultados obtidos”, acrescenta Cukier.

Vale ressaltar que a obesidade é uma doença crônica, com impacto em muitas outras condições clínicas. A perda de peso deve ser feita de maneira orientada, com objetivo de se manter massa magra o máximo possível. E a banalização no uso desse tipo de medicamento pode resultar em um problema de saúde pública e também de segurança pública.

“Nós já estamos vendo o grande prejuízo. As pessoas estão contrabandeando esses medicamentos porque as pessoas estão comprando descontroladamente. Então, com certeza, tem muito impacto na saúde pública e no futuro poderemos ter casos de osteoporose, devido a pessoas que usam sem indicação. Essas pessoas normalmente buscam um padrão social de beleza inatingível de magreza com os hábitos de sedentarismo e má alimentação. Essa banalização traz muito prejuízo à saúde de cada indivíduo e à saúde pública”, diz Lorena Lima Amato, endocrinologista doutora pela Universidade de São Paulo.

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