O comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário e ex-deputado federal Alexis Fonteyne discutiram, nesta sexta-feira (29), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o ex-presidente Jair Bolsonaro vai permitir que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, dispute as eleições de 2026 com o presidente Lula.
Nos bastidores, o entorno de Jair Bolsonaro critica declarações públicas de Tarcísio, que tem adotado um discurso nacional. A consideração é de que ele deveria ter iniciado esse movimento apenas em 2026. Agora, seria momento de apenas defender o ex-presidente.
Cardozo defende que há indícios de que a escolha do substituto de Bolsonaro será turbulenta.
“Quem vai ganhar essa briga eu não sei, mas há uma velha regra que diz ‘rei morto, rei posto’. Diante da impossibilidade de Jair Bolsonaro disputar as eleições, começaram a ver brigas, disputas, xingamentos, o clã Bolsonaro reagindo, xingando esses governadores, mas a verdade é que isso vai desembocar no ano que vem”, disse.
“Talvez até os próprios governadores não terão unidade para escolher quem será o candidato que vai tentar pegar esse espólio de Jair Bolsonaro. O resultado, portanto, é que há uma tendência do campo da extrema direita entrar dividido nesse processo, o que obviamente não interessa aos que defendem essa tese”, continuou.
Fonteyne avalia que ainda não é possível afirmar que Bolsonaro não disputará as eleições.
“Existe um julgamento do Jair Bolsonaro que vai acontecer nas próximas semanas. Ele está inelegível por um absurdo, um crime que não existiu, uma conversa entre embaixadores, em um processo em que no final se falou a frase ‘missão dada é missão cumprida’. Agora, eu acho que tem recursos para tudo isso, portanto, Jair Bolsonaro ainda não está fora do páreo completamente”, opinou.
“Enquanto o Jair Bolsonaro ainda tem possibilidades, os candidatos que não sejam ligados diretamente a Jair Bolsonaro, no caso mais específico acho que Tarcísio, têm que aguardar mesmo, têm que aguardar para as coisas se definirem”, concluiu.