O contrato mais líquido do ouro fechou em queda, pressionado pelo dólar forte e pelos juros dos Treasuries, que sobem na esteira de expectativas sobre os próximos passos de política monetária pelo Fed (Federal Reserve), após a leitura acima do esperado do PPI (índice de preços ao produtor) dos EUA.
O ouro com vencimento em dezembro encerrou em queda de 0,74%, a US$ 3.383,20 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da Nymex (bolsa de Nova York).
Com o PPI dos EUA, o mercado reduziu sua aposta para corte de juros pelo Fed na próxima reunião, marcada para setembro, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.
As chances estimadas de corte de 25 pb (pontos-base) nos juros no próximo mês caíram de 97,8% para 92,7% e foi retomada a possibilidade de manutenção nos juros, o que pressionou o metal dourado. O ativo de segurança costuma se beneficiar de reduções dos juros.
Para analistas da Sucden Financial, as negociações recentes do ouro têm se mantido dentro de uma faixa de variação limitada e a demanda pelo metal precioso diminui à medida que os investidores migram para ativos mais arriscados.
“Parece que o ouro precisa de um sinal mais forte e de longo prazo para romper de forma convincente a estreita faixa de variação que mantém desde abril”, afirma.
Por outro lado, segundo o ANZ Research, comentários como o do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, dão fôlego ao ouro.
“Eu acredito que há espaço para uma série de cortes de juros pelo Fed. Para chegar à taxa neutra, é preciso corte de cerca de 1,5 ponto porcentual”, disse Bessent nesta quinta-feira (14), em entrevista, ao ressaltar que as condições econômicas dos EUA estão “um pouco mais favoráveis” para um redução na taxa dos Fed funds.