A personal trainer carioca Taíssa Batista Tucci, de 30 anos, denunciou ter sido vítima de assédio e importunação sexual por parte de tripulantes durante um voo da companhia aérea angolana TAAG Airlines, que partiu de Luanda, em Angola, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no último domingo (3), antes de voltar ao Rio de Janeiro.
Segundo relato publicado por ela nas redes sociais, o episódio ocorreu durante a madrugada, enquanto seguia para o banheiro localizado na parte traseira da aeronave. “A maior parte do voo estava dormindo nessa hora porque estava bem escuro. E eu fui ao banheiro e quando eu saí, um deles me parou, me abordou e falou: “Meu colega estava comentando como você é bonita. Você é muito bonita“, contou.
Em entrevista à CNN, Taíssa disse que estava fazendo um intercâmbio na África do Sul, em Cape Town e o voo de volta teve a conexão. A vítima contou ainda que o funcionário perguntou se ela era casada e, ao receber uma resposta afirmativa, comentou: “Que pena para seu marido”. Outro tripulante completou: “Pena que ele vai ter que dividir”. Ela afirmou que retrucou a fala, mas se sentiu intimidada com a abordagem. Em seguida, ouviu de um terceiro homem: “No Brasil tem uma coisa que a gente não gosta: a Lei Maria da Penha”.
A passageira relatou que tentou argumentar, mas se sentiu frágil e impotente durante a situação. “Eu fiquei com medo. Nunca me senti tão pequena numa situação”, declarou em vídeo publicado no Instagram. Após o episódio, permaneceu sentada pelo restante do voo, sem conseguir voltar ao banheiro, e afirmou ter tomado um remédio para dormir.
Em um comentário feito nos comentários da publicação, a TAAG Airlines disse que a companhia recebeu o contato da passageira pelo canal oficial. Disseram ainda que o relato é de extrema importância para eles e queriam reforçar o compromisso com a segurança e respeito a todos os passageiros. A passageira também afirmou que a empresa entrou em contato com ela lamentando o ocorrido.
A TAAG disse que o departamento de apoio ao cliente já está em contato com a vítima.
Segundo a PCRJ (Polícia Civil do Rio de Janeiro), como os fatos ocorreram dentro de uma aeronave em espaço aéreo internacional, o caso será encaminhado à PF (Polícia Federal).
O advogado de Taíssa está preparando uma representação criminal contra a empresa por importunação e assédio sexual, com uma ação indenizatória. “Espero de coração que que esses homens sejam punidos e e isso não aconteça com mais ninguém, porque é uma situação que não é normal”, finalizou.
Em nota à CNN, a TAAG Linhas Aéreas de Angola afirmou que, assim que tomou ciência do ocorrido, entrou em contato com a passageira. A companhia diz que abriu uma investigação formal para apuração rigorosa dos fatos, e todas as medidas necessárias serão tomadas, conforme os resultados obtidos.
“A TAAG reforça seu compromisso com a segurança e o respeito de todos os seus passageiros e reitera que não compactua com qualquer tipo de assédio, seja moral ou sexual, discriminação ou conduta inadequada, em nenhuma circunstância, seja a bordo de suas aeronaves ou em qualquer etapa da experiência de viagem”, completa a nota.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo