Polêmica: estudo sugere que comer carne não aumenta risco de morte

Uma nova pesquisa envolvendo aproximadamente 16 mil adultos concluiu que o consumo de proteína de origem animal pode não estar associado a um maior risco de morte. Pelo contrário, os pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, encontraram uma redução modesta, porém estatisticamente significativa, na mortalidade por câncer.

O estudo, publicado em julho na revista Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, reforça o papel da carne como um componente potencialmente protetor dentro de uma dieta equilibrada.

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A investigação utilizou dados da 3ª Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES, na sigla em inglês), com adultos norte-americanos com idade igual ou superior a 19 anos entre 1988 e 1994. Os pesquisadores avaliaram os hábitos de consumo de proteínas — tanto de origem animal quanto vegetal — e sua eventual relação com mortes por causas diversas, incluindo doença cardiovascular, câncer e mortalidade geral.

Carne x risco de morte

Os resultados foram claros: não houve evidência de que uma maior ingestão de proteína animal aumentasse o risco de morte. Pelo contrário, observou-se uma pequena redução na mortalidade relacionada ao câncer entre quem consumia mais proteína animal.

Para garantir robustez nos resultados, a equipe liderada pelo professor Stuart Phillips, coordenador do Departamento de Cinesiologia da Universidade McMaster, aplicou métodos estatísticos avançados, incluindo a metodologia do National Cancer Institute (NCI) e modelagem multivariada via cadeia de Markov Monte Carlo (MCMC), permitindo estimar o consumo alimentar de longo prazo e reduzir erros de medição.

Os pesquisadores ressaltam que, mesmo com ajustes para ingestão total de proteínas (animal e vegetal), os achados permanecem consistentes: enquanto, a proteína vegetal parece ter efeito neutro, a de origem animal exibiu um leve efeito protetor em relação à mortalidade por câncer.

Os autores do estudo reconhecem que o trabalho tem algumas limitações, como o tempo de acompanhamento de 12 anos, amostragem com uma parcela restrita da população e a não inclusão de nutrientes comparadores na análise. “No entanto, ainda houve eventos suficientes para fazer estimativas significativas de risco”, avaliam.

Apesar do caráter observacional do estudo — o que impede afirmar relações de causa e efeito —, os resultados reforçam a recomendação de que tanto proteínas vegetais quanto animais podem constituir parte de um padrão alimentar saudável, equilibrado e favorável à longevidade.

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Fonte: Metrópoles

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