A Rússia lançou um ataque massivo com drones contra a infraestrutura de transporte de energia e gás em seis regiões ucranianas durante a noite, deixando mais de 100 mil pessoas sem energia, informaram autoridades ucranianas nesta quarta-feira (27).
As forças russas danificaram significativamente a infraestrutura de transporte de gás na região de Poltava e atingiram equipamentos em uma das principais subestações da região de Sumy, informou o Ministério da Energia no aplicativo de mensagens Telegram.
Os ataques deixaram mais de 100 mil pessoas sem energia nas regiões de Poltava, Sumy e Chernigov, informou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
As principais instalações de produção de gás da Ucrânia estão localizadas nas regiões de Poltava e Kharkiv. A região de Kharkiv também foi atingida durante a noite, assim como as regiões de Zaporizhzhia e Donetsk, informou o Ministério da Energia.
Nas últimas semanas, a Rússia intensificou os ataques à infraestrutura de produção e importação de gás ucraniana, apesar dos esforços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar a guerra na Ucrânia.
“Consideramos os ataques russos como uma continuação da política deliberada da Federação Russa de destruir a infraestrutura civil da Ucrânia antes da temporada de aquecimento”, afirmou o Ministério da Energia.
A Ucrânia enfrenta uma grave escassez de gás desde que os ataques com mísseis russos no início deste ano provocaram uma queda de 40% na produção.
O Ministério da Energia da Ucrânia informou na semana passada que instalações de energia foram atacadas 2.900 vezes desde março de 2025.
O ataque à região de Poltava cortou temporariamente o fornecimento de energia aos consumidores, que já foi restabelecido, disse o governador Volodymyr Kohut em um comunicado no aplicativo de mensagens Telegram.
A Força Aérea Ucraniana afirmou ter derrubado 74 drones dos 95 lançados pela Rússia durante a noite, e que 21 deles atingiram nove locais em todo o país.
A Rússia negou ter alvejado civis desde o lançamento da invasão em larga escala em fevereiro de 2022, mas afirma que os sistemas de energia e outras infraestruturas são alvos legítimos porque auxiliam o esforço de guerra da Ucrânia.
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.
Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.