Síndrome do coração partido: como o estresse emocional afeta o órgão

Quando alguém fala em “coração partido”, é comum associarmos o problema a uma questão emocional. No entanto, existe uma condição médica que carrega esse nome: a síndrome do coração partido, também chamada de cardiomiopatia de Takotsubo.

Ela ocorre quando o coração sofre alterações súbitas devido ao estresse intenso, seja emocional ou físico, e leva a sintomas semelhantes aos de um infarto. Segundo especialistas, apesar da gravidade aparente, a síndrome não envolve a obstrução das artérias coronárias, como em um ataque cardíaco.

Ainda assim, identificar corretamente o problema é essencial para evitar complicações. Nos últimos anos, médicos vêm reforçando a importância de integrar saúde mental e cardíaca, já que a prevenção passa pelo cuidado com o equilíbrio emocional e hábitos de vida saudáveis.

Mulheres, especialmente após a menopausa, constituem o grupo mais vulnerável, mas a síndrome também pode afetar homens. O desencadeador mais comum é o estresse agudo, embora o estresse crônico também aumente a predisposição.

Principais sintomas da síndrome do coração partido

  • Dor torácica;
  • Falta de ar;
  • Palpitações;
  • Tontura e fadiga intensa;
  • Alterações no eletrocardiograma.
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O que é a síndrome do coração partido

A síndrome do coração partido ocorre quando o coração sofre alterações temporárias devido a uma descarga súbita de hormônios do estresse, como adrenalina e noradrenalina.

Esses hormônios aumentam rapidamente a sobrecarga do coração, fazendo com que o ventrículo esquerdo — principal câmara de bombeamento — funcione de forma anormal.

“A sobrecarga cardíaca leva a um ‘espasmo’ e a disfunção temporária da musculatura do ventrículo esquerdo. Essa alteração gera redução da força de bombeamento, simulando um quadro de infarto agudo”, explica Daniel Petlik, cardiologista no Hospital Israelita Albert Einstein.

Dessa forma, mesmo sem obstrução das artérias, o coração fica temporariamente fraco e é preciso fazer exames detalhados para confirmar o diagnóstico.

Segundo o cardiologista Gustavo Lenci, médico dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), a síndrome não é desencadeada apenas por situações negativas.

“Tanto experiências negativas quanto positivas podem estar relacionadas. Há relatos do chamado happy takotsubo, ou takotsubo feliz, que seria a síndrome do coração partido provocada por emoções intensas e positivas, como uma alegria muito grande”, detalha Lenci.

Isso mostra que o coração reage a qualquer estímulo emocional intenso, seja tristeza, medo ou até felicidade extrema. A reação do órgão está ligada à intensidade emocional, não apenas ao tipo dela.

Coração vermelho em cima de um estetoscópio médico azul. Síndrome do coração partidoO diagnóstico é feito por meio de exames, como o eletrocardiograma e o de sangue

Diferenças entre síndrome do coração partido e infarto

No pronto-socorro, os sintomas da síndrome do coração partido podem se confundir facilmente com os de um infarto. Dor no peito, falta de ar e alterações no eletrocardiograma são sinais comuns em ambos os quadros, o que torna o diagnóstico inicial desafiador.

A principal forma de diferenciar as duas condições é por meio de exames detalhados, especialmente o cateterismo cardíaco. No infarto, a avaliação identifica obstruções nas artérias coronárias, confirmando o diagnóstico.

Na síndrome do coração partido, não há bloqueio das artérias coronárias. O que ocorre, na verdade, é uma alteração temporária na contração do ventrículo esquerdo, que adquire um padrão característico do Takotsubo.

Essa disfunção pode ser detectada em exames de imagem, como o ecocardiograma, mas o cateterismo cardíaco ainda é necessário para confirmar que não há obstruções nas artérias coronárias.

Tratamento da síndrome do coração partido

O prognóstico da síndrome do coração partido é geralmente positivo, já que a função do ventrículo esquerdo costuma se recuperar completamente em poucos dias ou semanas.

Lenci reforça que adotar hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas regularmente, ajuda a reduzir a sensibilidade do corpo ao estresse e diminui o risco de novos episódios.

Petlik também destaca a importância do acompanhamento cardiológico. Isso significa que, mesmo após a melhora dos sintomas, é necessário continuar o monitoramento do coração para identificar possíveis complicações, como arritmias ou insuficiência cardíaca, que podem surgir de forma temporária e exigir internação.

Além do cuidado médico, o suporte familiar e a atenção ao equilíbrio emocional contribuem para a recuperação completa. A síndrome do coração partido demonstra que fatores emocionais podem interferir diretamente na saúde do coração.

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Fonte: Metrópoles

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