O comitê criado pelo governo brasileiro para negociar as tarifas comerciais americanas realizou pelo menos 29 reuniões com o setor produtivo até o momento para colher sugestões de como proceder diante da tarifa de 50% sobre as importações brasileiras que entra em vigor nesta quarta-feira (6).
Desse total, três encontros tiveram presença de empresas dos EUA. As reuniões foram realizadas nos dias 16, 27 e 29 de julho. Entre os agentes participantes, estavam representantes da Meta, Amazon, Apple e Google.
O último encontro entre o governo brasileiro e as big techs americanas também contou com a participação de William Kimmitt, da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos.
No total, as reuniões do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais registraram a presença de mais de 160 representantes públicos, mais de 220 representantes privados e mais de 120 entidades privadas (empresas, associações, federações).
A tarifa de 50% sobre as importações brasileiras foi anunciada em 9 de julho. Após essa data, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve duas reuniões com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
Apesar de a taxa entrar em vigor nesta quarta-feira (6), a equipe econômica ainda aguarda aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o plano de contingência.
Entre as medidas estudadas, estão um programa de proteção ao trabalhador e estímulo a empresas de setores afetados pelo tarifaço.
Segundo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil está pronto para recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra o tarifaço.
Na mesa de negociação, também está um plano de ação conjunta entre Brasil e Estados Unidos para a exploração de minerais críticos. A possibilidade foi sugerida pela Amcham Brasil e a US Chamber of Commerce a Alckmin. O acordo não foi descartado pelo vice-presidente.
Publicado por Gabriel Garcia
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