Violência e infância: quase 30% admitem dar palmadas 

O uso de práticas violentas na educação de crianças ainda persiste no Brasil, segundo um estudo realizado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) e Datafolha.

A pesquisa “Panorama da Primeira Infância”, divulgada nesta segunda-feira (04), mostra que 29% dos responsáveis por crianças de 0 a 6 anos ainda recorrem ao uso da força, como palmadas e beliscões.

Além disso, 58% dos entrevistados também disseram colocar a criança de castigo e 43% relatam gritar ou brigar como forma de disciplina.

 

Em um recorte por faixa etária, os dados mostram que os castigos físicos são usados por 24% dos responsáveis por crianças entre 0 e 3 anos. Esse número sobre para 34% quando falamos de crianças de 4 a 6 anos.

Janela de oportunidades

A pesquisa focou o período conhecido como “primeira infância”, que é considerado uma “janela de oportunidades” para o desenvolvimento. Até os 6 anos, o cérebro realiza um milhão de sinapses por segundo e 90% das conexões cerebrais são estabelecidas.

“O uso da violência impacta profundamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças, deixando marcas que vão muito além das lesões físicas. Pode gerar traumas silenciosos, persistentes e, em muitos casos, irreparáveis”, afirma Mariana Luz, CEO da FMCSV.

Os dados mostram que a violência segue ocorrendo com um número significativo de crianças, apesar dos mecanismos de proteção, como a chamada “Lei Menino Bernardo”. Sancionada em 2014, ela proíbe qualquer forma de castigo físico ou tratamento cruel como método de educação.

“Um outro dado que é assustador é que mais de 80% da violência contra criança na primeira infância ocorre dentro de casa, por um ente da família e uma pessoa que ela ama, com quem ela convive, que é a referência parental”, diz Luz.

Impactos da violência

Segundo a CEO da FMCSV, é preciso uma conscientização maior sobre os danos trazidos pela violência.

“Se você fala para alguém que a criança vai com fome para sala de aula e não aprende, todo mundo entende. Agora, essa nuance da violência ainda não é tão clara. Mas a criança que apanha em casa e vai para escola, também não aprende. A criança que apanha em casa não se desenvolve”.

Luz faz uma comparação com outros tipos de violência que, embora ocorram, não são socialmente aceitos.

“Se a gente for falar de mulheres, idosos, ninguém apanha em praça pública, porque alguém vai chamar a polícia”, afirma Luz. “A criança não é uma propriedade dos pais. Ela é um sujeito de direito e tem que ter os seus direitos assegurados por todos nós”.

Para Paula Perim, diretora de Sensibilização da Sociedade da FMCSV há uma questão cultural. “Uma criança que apanhou na infância, a tendência é que ela repita. Porque ela entende que aquilo funcionou. Então, você repete aquilo que você aprendeu. Isso é muito forte e se torna cultural”, afirma.

“O fato é que nenhuma forma de violência contra criança é inofensiva”, completa.

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