O diretor-geral de Polícia Civil, delegado Henrique Maciel, determinou uma “caça às bruxas” dentro da repartição. Ele está incomodado com o vazamento de uma imagem da SW4, publicada com exclusividade pelo jornalista Assem Neto, após o veículo ter sido liberado do pátio do Detran sem que as taxas referentes a licenciamento e os impostos devidos à Secretaria de Fazenda (IPVA) tenham sido quitadas.
O importado foi apreendido no último domingo, e estava sendo conduzido pelo próprio delegado, que acabou autuado e multado por embriaguês ao volante. Os valores devidos superam R$ 42 mil e a SW4 está acautelada pela justiça – objeto de apreensão por ordem judicial numa investigação por desvio de merenda escolar. O próprio Henrique assina uma portaria que proíbe o uso de veículo acautelado fora da escala de serviços.
Henrique já não usa mais o carro objeto de investigação. Ele trocou por outra SW4, do mesmo modelo e cor, de “placas se segurança” HU8049. Esse carro estava à disposição do delegado Pedro Rezende.
Uma fonte de o oseringal dentro da repartição informou que “mandaram verificar quem bateu a foto e mandou para o jornalista”. Até o circuito de segurança está em análise, a mando do diretor geral. “Ambiente tóxico, pesado”, relatou o investigador que pediu anonimato.
O repórter comentou a situação:
“Espero que nenhum trabalhador seja perseguido. A divulgação da foto é resultado de um trabalho investigativo nosso”. Na verdade, seria bom o delegado se pronunciar, se houver algo que possa ser dito em seu favor”.
Outra situação que deixou Henrique Maciel extremamente irritado foi o vazamento do Boletim de Ocorrência que o Portal G1 – Acre teve acesso. No documento, um militar narra ter sido chamado de “sargento de merda” após ter dado ordem de parada ao diretor-geral, na blitz montada em Frente ao Parque de Exposições, por volta de 14h de domingo. Maciel ainda teria dito: “você sabe com quem está falando?”.
O sargento ligou para o oficial de dia, que orientou aplicar a lei.
O Comando da PM e o Detran têm até esta sexta-feira para enviar toda a documentação que cerca essa ocorrência, a pedido do MP.
A reportagem tentou falar com a promotora Maria de Fátima, do Controle Externo da Atividade Policial, mas sem sucesso. As dúvidas que permanecem são:
Haverá punição? A multa por Álcool Zero será paga? Que tipo de influência foi exercida sobre do Detran para um tratamento tão “especial” ao caso do delegado geral de PC?
“Aqui tá um pandemônio”, revelou a fonte.