Na última quarta-feira (3), a fase de sustentação das defesas no julgamento do plano de golpe chegou ao fim. Apesar de caminhos parecidos, as argumentações revelaram estratégias distintas entre os réus do núcleo 1. A análise é de Caio Junqueira no CNN Prime Time.
Segundo o analisa, o destaque foi a tentativa da defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de distanciar sua imagem dos demais acusados. O advogado Andrew Farias adotou uma abordagem que busca evidenciar a posição diferenciada de Paulo Sérgio em relação aos outros réus.
Caio ressalta que, antes de assumir o Ministério da Defesa, o ex-ministro tinha uma conexão mais forte com o alto comando do Exército do que com as articulações políticas do período.
Paulo Sérgio mantinha maior proximidade com os chamados “generais legalistas”, grupo que inclui militares como o atual comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva, e o ministro do STM (Superior Tribunal Militar), general Guido Amin Naves, que teriam contribuído para conter as aspirações golpistas.
O analista explica que esta linha argumentativa busca estabelecer um contraste entre o perfil de Sérgio e o dos demais envolvidos no processo, principalmente no contexto biográfico.
Apesar dessa estratégia de diferenciação, Paulo Sérgio permanece sob escrutínio por suas ações como titular da Defesa, período em que encaminhou questionamentos sobre as urnas eletrônicas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).