Em meio às manifestações do 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, apoiadores exibiram a bandeira dos Estados Unidos, sinalizando apoio às sanções americanas contra o Brasil. O gesto ocorre em um momento delicado para as relações comerciais entre os dois países. A análise é de Jussara Soares no Agora CNN.
Segundo Jussara, não se trata apenas de um endosso às medidas do presidente Donald Trump, mas de um pedido para que as sanções continuem sendo aplicadas ao Brasil.
O episódio contrasta com o discurso de soberania nacional defendido pelo governo em Brasília durante as celebrações oficiais da Independência. A exibição da bandeira americana reforça o alinhamento de parte dos manifestantes com as medidas restritivas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.
Articulações nos Estados Unidos
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo têm mantido contatos frequentes com representantes da Casa Branca, Departamento de Estado e Departamento do Tesouro americanos. As discussões inicialmente focavam em sanções específicas ao ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal), mas resultaram em medidas mais amplas, incluindo uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
Pesquisas indicam que essa postura tem gerado desgaste junto ao eleitorado brasileiro, que interpreta tais ações como prejudiciais aos interesses nacionais, podendo afetar empresários e empregos no país. Mesmo diante dessa percepção negativa, manifestantes mantêm o apoio às sanções.
Em contrapartida, munido de pesquisas que apontam rejeição popular às sanções americanas, o governo Lula (PT) tem intensificado campanhas em defesa da soberania nacional. Donald Trump, ao justificar as medidas tarifárias contra o Brasil, tem feito referências diretas a Jair Bolsonaro (PL) em suas comunicações desde 9 de julho.