O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enfrenta um momento crítico em relação à manutenção de seu mandato parlamentar. A ausência prolongada do deputado nas atividades legislativas e sua permanência nos Estados Unidos têm gerado forte desgaste político na Câmara dos Deputados. A análise é de Clarissa Oliveira no Live CNN.
Apesar da designação de Marcelo Freitas como relator do processo – nome considerado alinhado ao grupo político de Eduardo Bolsonaro – o cenário para a manutenção do mandato é considerado desfavorável. Hugo Mota já manifestou claramente que a presença física do parlamentar no legislativo é condição determinante para a continuidade de seu mandato.
O ponto central da questão é a não participação do deputado nas atividades da Câmara. Em vez de exercer suas funções parlamentares e articular projetos de interesse popular, Eduardo Bolsonaro optou por permanecer em outro país, dedicando-se a uma agenda privada relacionada a interesses familiares.
O momento político também não favorece o parlamentar. A Câmara enfrenta desgaste recente com a derrota da PEC da blindagem no Senado e as discussões sobre anistia relacionada aos ataques de 8 de janeiro, criando um ambiente ainda mais adverso para qualquer tipo de tratamento diferenciado.
Enquanto o processo se desenrola, Eduardo Bolsonaro mantém as prerrogativas do cargo, incluindo o título de deputado federal, que lhe confere relevância política e autoridade para discutir assuntos nacionais, mesmo fora do Brasil. Apesar de uma suspensão atual, o parlamentar recebeu recursos públicos ao longo dos últimos meses.
A avaliação corrente entre parlamentares, incluindo aliados do bolsonarismo, é que a manutenção do mandato será extremamente difícil, a menos que Eduardo Bolsonaro decida retornar ao Brasil e reassumir suas atividades legislativas.