A presença incomum do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, na sessão de julgamento da Primeira Turma do STF nesta quinta-feira (11) foi interpretada como um forte sinal de unidade institucional. O magistrado acompanhou a conclusão do processo que resultou na condenação de oito réus por crimes contra o Estado Democrático. A análise é de Pedro Venceslau no Bastidores CNN.
O comparecimento de Barroso, ao lado do ministro Gilmar Mendes, demonstrou um alinhamento expressivo da Corte, especialmente em um momento de pressões externas. A movimentação dos ministros surge como resposta às tentativas de aprovação de um projeto de anistia no Congresso Nacional.
A presença dos magistrados também sinalizou uma postura firme diante das pressões vindas dos Estados Unidos, após a aplicação da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. O gesto evidenciou que as tentativas de criar um ambiente de isolamento em torno de Moraes não surtiram o efeito esperado.
Na sessão, apenas os ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Luiz Fux mantiveram posicionamentos divergentes. Fux, em seu voto que durou aproximadamente 14 horas, foi criticado por outros membros da Corte por ter desconsiderado evidências apresentadas no processo.
O placar final do julgamento e a demonstração de união institucional indicam que o STF mantém-se firme na defesa do Estado Democrático de Direito. A mensagem clara é que a Corte não cederá a pressões externas, sejam elas domésticas ou internacionais, reforçando sua posição contrária a qualquer movimento pela anistia.