A participação de Tarcísio de Freitas no ato de 7 de Setembro, na Avenida Paulista, marcou uma mudança significativa em sua postura política. Abandonando o tom mais comedido de eventos anteriores, ele adotou um discurso mais enfático e alinhado com pautas tradicionalmente associadas ao bolsonarismo. A análise é de Jussara Soares no Agora CNN.
Tarcísio tem sido apontado nos bastidores como o nome preferido por importantes lideranças partidárias, incluindo figuras do Progressistas, União Brasil, Republicanos e PL. Além do apoio político, o governador de São Paulo vem recebendo sinalizações positivas do empresariado.
A nova postura de Tarcísio, especialmente sua defesa pela anistia, tem agradado ao núcleo mais ideológico do bolsonarismo. O governador tem se empenhado pessoalmente nesta pauta, inclusive viajando a Brasília para acompanhar discussões sobre o tema.
Essa movimentação representa uma mudança significativa em relação ao perfil mais moderado que vinha mantendo, quando participava de eventos com diferentes setores políticos e mantinha diálogo com diversas instituições.
Embora Tarcísio afirme publicamente que seu objetivo é a reeleição em São Paulo, suas ações recentes sugerem ambições maiores. Em eventos públicos, tem feito declarações que parecem preparar terreno para uma possível candidatura nacional, como quando mencionou que o Brasil precisaria de “40 anos em quarto” para mudar, ou ao afirmar que daria indulto caso fosse eleito.
A aproximação com o bolsonarismo também tem servido para amenizar críticas anteriores, especialmente de Eduardo Bolsonaro, que questionava a relação de Tarcísio com o STF. O movimento atual do governador parece buscar um equilíbrio entre manter sua base de apoio original e construir pontes com setores mais ideológicos.