O Banco Central (BC) revisou para baixo a projeção do crescimento da economia brasileira em 2025 e, agora, prevê alta de 2%. A variação anterior, divulgada em junho, era de avanço de 2,1%. As estatísticas fazem parte do Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado nesta quinta-feira (25/9).
A estimativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste ano caiu, ainda segundo o BC, devido aos “efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos (EUA), bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”.
“Esses fatores foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa”, destaca o Banco Central em trecho do relatório.
Na esteira do chamado “tarifaço” de 50% imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as exportações do Brasil aos EUA caíram 18,5% em agosto, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na divulgação dos dados da balança comercial brasileira.
Relatório de Política Monetária
- No ano passado, o BC anunciou a mudança na nomenclatura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), agora Relatório de Política Monetária (RPM). Segundo a autoridade monetária, a mudança ocorre para se alinhar com “a prática internacional”.
- Os moldes do Relatório de Política Monetária são os mesmos do Relatório de Inflação.
- O RPM reúne as decisões de política monetária adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), bem como o desempenho da nova sistemática da meta inflacionária, as considerações sobre a evolução do cenário econômico e as projeções para a inflação.
- A partir deste ano, o BC deve divulgar, até o último dia útil de cada trimestre, o relatório de política monetária.
Desaceleração do PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, enquanto um recuo implica encolhimento da produção econômica.
No relatório, o BC manteve a expectativa de continuidade da “moderação” da atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025. Conforme a autoridade monetária, tal tendência deve “se estender para o ano seguinte”.
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O PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre (abril, maio, junho), uma desaceleração em comparação ao primeiro trimestre, quando registrou alta de 1,3%, conforme o medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
À época, a coordenadora da Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirmou que o arrefecimento do crescimento da economia “era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva iniciada em setembro do ano passado”.
Economia brasileira em 2026
Para 2026, o BC projeta um crescimento de 1,5%, com expectativa de “altas moderadas tanto nos componentes da oferta quanto na demanda agregada”. O valor é mais pessimista que as expectativas do governo federal e do mercado financeiro.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda estima um crescimento do PIB de 2,4% em 2026, enquanto o mercado financeiro projeta um avanço de 1,8%, conforme o relatório Focus.
A autarquia ressaltou que a projeção considera a manutenção da política monetária em campo restritivo (ou seja, juros em patamar mais elevado), o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025.
Projeções do mercado financeiro
Os analistas do mercado financeiro esperam que o PIB do Brasil cresça 2,16% neste ano. Os dados estão presentes no relatório Focus mais recente, publicado nessa segunda-feira (22/9).
Confira as projeções de crescimento do PIB para:
- 2026: é de 1,80%.
- 2027: está em 1,90%.
- 2028: continua em 2%.
Fonte: Metrópoles