Caso Paulo Soares: saiba o que é a falência múltipla dos órgãos

Morreu nesta segunda-feira (29/9) o apresentador e jornalista esportivo Paulo Soares, conhecido como “Amigão”, aos 63 anos. O profissional estava afastado da ESPN para tratar da saúde. Em 2023, ele revelou ter passado por seis cirurgias na coluna.

Não foi detalhada a causa morte do apresentador, apenas que ele foi vítima de uma falência múltipla dos órgãos (FMO). Este quadro ocorre quando dois ou mais sistemas vitais deixam de funcionar. Rins, fígado, pulmões e cérebro estão entre os mais afetados. É uma emergência médica com alto risco de morte.

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A sepse, ou infecção generalizada, é a causa mais comum deste quadro, mas traumas como acidentes de carro e queimaduras extensas também podem levar a isso. Em situações mais raras, casos agudos de pancreatite, eclâmpsia, doenças autoimunes e intoxicações também podem gerar a FMO. O diagnóstico é feito com base em sinais clínicos e exames laboratoriais detalhados.

O processo pode acontecer de forma progressiva. Primeiro, um órgão falha e, em seguida, essa disfunção desencadeia a deterioração de outros, como uma trilha de peças de dominó em que a queda de uma leva à de outras. Cada órgão comprometido aumenta a gravidade do quadro e reduz a chance de sobrevivência.

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Paulo Soares e Antero Greco marcaram a bancada do SportsCenter

Reprodução/ESPN – Metrópoles2 de 3

Paulo Soares morreu nesta segunda (29/9)

Reprodução/ESPN3 de 3

Causa da morte não foi revelada

Reprodução/X

A sepse como principal gatilho

A sepse é uma das maiores responsáveis pela falência múltipla. Ela ocorre quando uma infecção localizada atinge a corrente sanguínea. O organismo reage de forma excessiva, liberando substâncias que prejudicam tecidos e órgãos.

Os sintomas da sepse incluem febre alta, calafrios, pressão baixa, respiração acelerada e confusão mental. “Embora qualquer pessoa possa desenvolver sepse, entre os mais vulneráveis estão as crianças pequenas, recém-nascidos, idosos e pacientes com doenças crônicas ou câncer”, alerta a médica Fernanda Pimentel, diretora médica da Baxter para a América Latina.

Dados de hospitais indicam que, a cada 1 mil pacientes internados, pelo menos 15 podem evoluir para sepse como complicação. Estima-se que mais da metade destes pacientes desenvolvem falências múltiplas.

Taxas de mortalidade da falência múltipla dos órgãos

A taxa de mortalidade cresce de acordo com a quantidade de órgãos afetados. Com dois órgãos em falência, o risco chega a 60%, segundo o guia da AbcMed. Com três, 85%. Quando quatro ou mais órgãos estão comprometidos, a morte é inevitável.

O tratamento busca estabilizar o paciente. O foco é controlar a causa inicial, como combater a infecção no caso da sepse, e oferecer suporte vital. Ventilação mecânica, hemodiálise e controle hemodinâmico fazem parte da rotina em unidades de terapia intensiva.

“Prevenir essa condição exige vigilância em todas as etapas do cuidado. A conscientização e a prevenção combinadas podem salvar vidas e reduzir complicações”, reforça Fernanda.

Possibilidade de recuperação

Não há uma cura única para a falência múltipla. A recuperação depende do tratamento rápido e do suporte aos órgãos até que o corpo consiga se regenerar. Antibióticos administrados precocemente podem impedir a progressão da sepse e aumentar as chances de reversão.

Nestes casos, porém, é muito frequente que o paciente desenvolva comprometimentos que o acompanharão pelo resto da vida, já que muitos órgãos não apresentam capacidade natural de regeneração, exigindo na maior parte das vezes um transplante.

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Fonte: Metrópoles

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